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Guiné-Conacri. Detido após ser filmado a disparar em manifestação

A justiça guineense anunciou a detenção de um elemento das forças de segurança, filmado a disparar uma arma durante as recentes manifestações contra a junta no poder, nas quais vários civis foram mortos.

Guiné-Conacri. Detido após ser filmado a disparar em manifestação
Notícias ao Minuto

14:43 - 27/10/22 por Lusa

Mundo Guiné-Conacri

Yamoussa Conté, promotor público de Conacri, afirmou numa declaração emitida na quarta-feira à noite que o gendarme Ibrahim Baldé tinha sido detido, não adiantando nada sobre o seu destino.

Trata-se de uma ocorrência rara num país que está habituado à violência política. Há muito que os polícias e gendarmes são acusados pelos defensores dos direitos humanos de uso excessivo da força e as autoridades de fecharem os olhos.

A junta que tomou o poder pela força, em setembro de 2021, afirma estar empenhada em combater a impunidade.

Cinco civis foram mortos em 20 e 21 de outubro, durante confrontos nos subúrbios de Conacri, na sequência de um apelo a manifestações contra a junta, de acordo com uma contagem feita pelo coletivo envolvido no apelo. A junta proibiu todas as manifestações e dissolveu o coletivo.

A magistratura anunciou procedimentos contra os organizadores e participantes das manifestações. Várias figuras da oposição foram interrogadas na segunda-feira e estão agora a ser processadas. Foram novamente convocados hoje para a polícia.

Ao mesmo tempo, o ministro da Justiça, Alphonse Charles Wright, ordenou a acusação dos responsáveis pela morte de civis e de qualquer membro das forças de segurança que possa ter utilizado as suas armas. Pediu também a identificação de um destes membros filmado a disparar uma pistola contra um alvo não visível na imagem.

O vídeo, de origem desconhecida, foi amplamente difundido nas redes sociais como um exemplo dos excessos das forças de segurança.

O ministro da Justiça tinha também ordenado autópsias das vítimas. Os exames estabeleceram que três, incluindo uma criança de 12 anos e um adolescente de 16 anos, tinham sido baleados, de acordo com a declaração do procurador-geral da República. Um quarto morreu de hemorragia, após uma facada. A declaração dizia que apenas quatro corpos tinham sido autopsiados.

"A lei será aplicada em toda a sua extensão e dentro de um prazo razoável", lê-se na declaração.

Leia Também: CEDEAO anuncia que Guiné-Conacri aceita uma transição de dois anos

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