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Protesto junta milhares de pessoas contra sanções ocidentais no Zimbábue

Milhares de apoiantes da União Nacional Africana-Frente Patriótica do Zimbábue (ZANU_PF) saíram hoje às ruas, em diferentes cidades do país, para apelar ao levantamento das sanções impostas ao país pelo Ocidente.

Protesto junta milhares de pessoas contra sanções ocidentais no Zimbábue
Notícias ao Minuto

17:20 - 25/10/22 por Lusa

Mundo Zimbabué

Em 2019, a Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) - um bloco regional de 16 nações - designou o dia 25 de outubro como dia anti-sanções para demonstrar solidariedade para com o país.

"Este é um dia designado anualmente pela SADC para expressar a sua oposição e indignação contra as sanções ocidentais ilegais contra o Zimbábue até que estas sejam levantadas", disse hoje o Presidente de Zimbábue, Emmerson Mnangagwa, numa declaração lida pelo seu vice-presidente, Constantino Chiwenga.

Chiwenga agradeceu o apoio demonstrado pela SADC, a União Africana (UA) e outras "forças progressistas", em referência à China e à Rússia, que há muito apoiam o levantamento das sanções e a luta dos anos 70 contra o Governo da minoria branca.

A União Europeia (UE) e os EUA impuseram sanções contra mais de 100 indivíduos e entidades do Zimbábue em 2002 e 2003, respetivamente, acusando-os de minar a democracia, violar os direitos humanos e encorajar a corrupção. Já o Reino Unido impôs medidas contra quatro indivíduos e a empresa estatal de munições, Zimbabwe Defence Industries (ZDI).

Depois de levantar algumas sanções, a UE mantém agora apenas um embargo de armas e um congelamento de bens contra a ZDI.

As sanções foram impostas quando o país foi governado pelo falecido presidente Robert Mugabe, na sequência de eleições parlamentares disputadas em 2000 e eleições presidenciais em 2002, ambas marcadas pela violência e por alegações de fraude.

Centenas de apoiantes pró-governamentais manifestaram-se pacificamente fora da embaixada dos EUA na capital, Harare, ao passo que outros marcharam pelas ruas da cidade de Bulawayo, com cartazes que instavam à remoção das medidas.

"A Rússia e o Zimbábue condenam unanimemente a prática perversa dos países ocidentais de utilizar sanções ilegítimas e unilaterais que violam a Carta das Nações Unidas", disse a embaixada russa no Twitter.

Em resposta às críticas, a embaixada dos EUA no país afirmou na mesma rede social que "o impacto direto das sanções é mínimo em comparação com a devastação económica causada por anos de corrupção, más decisões políticas e má gestão económica".

A embaixada do Reino Unido disse, numa declaração, que o comércio entre Londres e Harare atingiu 175 milhões de dólares (cerca de 177 milhões de euros) no ano passado e argumentou que o Governo britânico forneceu ao Zimbábue 114 milhões de dólares (cerca de 115,5 milhões de euros) de ajuda à educação e saúde neste 2022.

"Qualquer sugestão de que o Reino Unido queira prejudicar o Zimbábue ou os cidadãos do Zimbabué é simplesmente falsa", sublinhou.

Harare afirma que as sanções estão a prejudicar a sua economia, que sofre de uma inflação anual superior a 280%, elevadas taxas de pobreza e desemprego, e argumenta que está a procurar uma mudança de Governo.

Em setembro, vários líderes africanos apelaram ao levantamento das sanções na Assembleia Geral das Nações Unidas em Nova Iorque. 

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