"O senhor inicia o seu ministério como primaz da Igreja Católica Romana num momento histórico particular, ligado tanto a uma série de desafios civilizacionais como a certos sinais de esperança. Neste contexto, as relações entre o cristianismo oriental e ocidental são de particular importância para o destino do mundo", afirmou o patriarca ortodoxo, num comunicado.
"Neste contexto, a relação entre o Oriente e o Ocidente cristãos adquire um significado especial para o destino do mundo", acrescentou.
A Igreja Ortodoxa é tida como próxima do Kremlin (presidência russa) e, no ano passado, considerou que a invasão russa da Ucrânia "é uma guerra santa, na qual a Rússia e o seu povo estão a defender o único espaço espiritual da Santa Rússia".
As relações entre a Igreja Ortodoxa Russa e o Vaticano têm sido frias, até mesmo hostis, há séculos, e nunca nenhum Papa visitou a Rússia.
Em 2016, o Papa Francisco encontrou-se com Kirill, em Havana, num encontro inédito desde a separação das igrejas oriental e ocidental em 1054.
Após a morte do pontífice argentino, o patriarca ortodoxo russo enviou em 21 de abril uma mensagem de condolências ao Vaticano, destacando a solidariedade de Francisco com as pessoas que mais sofrem.
"Para os cristãos de todo o mundo, a aspiração de Sua Santidade de mostrar a sua solidariedade para com aqueles que mais sofrem e são mais desamparados teve um significado especial", afirmou na ocasião Kirill.
O líder religioso russo expressou igualmente "gratidão pela defesa da liberdade religiosa", referindo-se à Igreja Ortodoxa Ucraniana, que alega ser perseguida pelas autoridades de Kiev, que a consideram pró-Moscovo no contexto da invasão russa da Ucrânia.
O cardeal Robert Francis Prevost, 69 anos, foi eleito na quinta-feira Papa, após dois dias de conclave, na Cidade do Vaticano, e assumiu o nome de Leão XIV.
Nascido em Chicago, Estados Unidos, o novo Papa tem também nacionalidade peruana e pertence à Ordem de Santo Agostinho.
Leão XIV sucede ao Papa Francisco, que morreu em 21 de abril, aos 88 anos.
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