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Scholz sob crítica por querer vender parte do porto de Hamburgo a chineses

O chanceler alemão, Olaf Scholz, foi hoje criticado, inclusive dentro da coligação governamental, por um projeto de venda parcial do porto de Hamburgo ao grupo chinês Cosco.

Scholz sob crítica por querer vender parte do porto de Hamburgo a chineses
Notícias ao Minuto

21:33 - 20/10/22 por Lusa

Mundo Olaf Scholz

Foram as revelações das cadeias televisivas NDR e WDR sobre o apoio de Scholz, ele próprio um antigo chefe da autarquia de Hamburgo, a este projeto controverso que basearam as críticas.

A chancelaria contava, segundo estes meios, autorizar a alienação, apesar da oposição de seis dos ministérios federais, a saber, Economia, Interior, Defesa, Transportes e Negócios Estrangeiros.

Em causa está a conclusão de um acordo concluído há um ano entre o operador do porto de Hamburgo (HHLA) e o armador Cosco, sobre uma tomada de uma participação de 35% deste na exploração do terminal de contentores Tollerort (CTT).

Se o governo não se opuser à operação até ao final de outubro, a decisão pode prosseguir.

Os serviços de informação e contraespionagem também expressaram as suas reservas à venda de uma infraestrutura considerada crítica, segundo as WDR e NRD.

Apesar destas oposições e reservas, Scholz insistiu "que a operação se fizesse, apesar de tudo", adiantaram as cadeias noticiosas.

O porto de Hamburgo é o primeiro porto comercial alemão e o terceiro na Europa, depois de Roterdão, nos Países Baixos, e Antuérpia, na Bélgica. Cosco é o primeiro armador chinês.

Omid Nouripour, um co-dirigente dos Verdes, um dos parceiros da coligação governamental, juntamente com os Liberais, comentou, no portal t-online: "Isto não é bom nem para a nossa economia, nem para a nossa segurança". Preveniu também para a possibilidade de "repetir um erro" já cometido com a Federação Russa, que tinha adquirido reservatórios de gás alemães.

A chefe da diplomacia alemã, também ecologista, Annalena Baerbock, já tinha prevenido para um tal projeto, tal como o vice-chanceler e ministro da Economia e Clima, Robert Habeck, outro ecologista.

Por seu lado, o vice-presidente dos liberais do FDP, Johannes Vogel, afirmou que a China "iria ter uma influência em todos os grandes portos europeus e poderia colocá-los uns contra os outros", em mensagem na rede social Twitter, redifundida pelo ministro das Finanças, Christian Lindner.

O mesmo tom vê-se nas fileiras da oposição. "A intenção do chanceler de dar à China uma influência considerável sobre esta infraestrutura, através da empresa pública (chinesa) Cosco, seria um erro estratégico", fustigou, também na Twitter, o democrata-cristão Norbert Rottgen, que dirige as relações internacionais na CDU.

Leia Também: Macron diz que isolamento da Alemanha "não é bom" para a Europa

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