A comissária europeia para os Assuntos internos, Ylva Johansson, advertiu que o tráfico através da designada "rota dos Balcãs" aumentou três vezes em 2022, segundo indicou numa conferência de imprensa após uma reunião de ministros do Interior, convocada no âmbito do formato conhecido como "Processo de Berlim".
No encontro foram acordados quatro pacotes de medidas, anunciaram Johansson e a ministra do Interior alemã, Nancy Faeser.
A primeira medida prevê que os países dos Balcãs Ocidentais aproximem a sua política de vistos às regras praticadas na UE para evitar que cidadãos de terceiros países viajem sem vistos para esta região com o objetivo de alcançar o território da União.
Nas últimas semanas, assinalou Johansson, foi detetada a entrada na UE, através desta rota, de um grande número de cidadãos provenientes da Índia, Cuba, Tunísia e Burundi.
Os países dos Balcãs Ocidentais foram exortados a equiparar a sua política de vistos à dos 27 Estados-membros, por constituir "a única possibilidade para avançar com a liberalização de vistos" para os cidadãos desses países.
A comissária também advogou o reforço da presença da agência Frontex, vocacionada para a vigilância das fronteiras externas da União e que possui 300 agentes estacionados na região.
Neste sentido, Johansson admitiu a possibilidade de concretizar novos acordos com a Macedónia do Norte, Albânia e Kosovo que permitam a presença da Frontex não apenas nas fronteiras comunitárias mas ainda nos limites internos desses países.
A comissária europeia para os Assuntos Internos também defendeu a necessidade de endurecer a luta contra as redes de traficantes que facilitam a migração em direção a Europa, e ainda estabelecer acordos para devolver aos seis países dos Balcãs Ocidentais cidadãos de terceiros países que os tenham atravessado.
"O nosso objetivo declarado é reduzir a crescente migração irregular na rota dos Balcãs ocidentais", declarou, por sua vez, a ministra do Interior alemã, Nancy Faeser.
"Nada deve colocar em perigo a vida destas pessoas em rotas perigosas para depois se confrontarem com a ausência de perspetivas de permanecerem na Europa", acrescentou.
Para além dos seis países dos Balcãs Ocidentais (Albânia, Bósnia-Herzegovina, Kosovo, Macedónia do Norte, Montenegro e Sérvia), estiveram presentes na reunião representantes da Áustria, Bulgária, Croácia, Eslovénia, França, Grécia, Itália, Polónia, Reino Unido e República Checa.
Na sexta-feira, a ministra dos Negócios Estrangeiros alemã, Annalena Baerbock, promove uma reunião com os seus homólogos de todos estes países.
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