Guiné Equatorial anuncia libertação de 119 militantes de partido da oposição
As autoridades da Guiné Equatorial anunciaram hoje a libertação de 119 ativistas de um partido da oposição detidos pela polícia durante um assalto à sua sede, que resultou em cinco mortos.
© iStock
Mundo Guiné Equatorial
As forças de segurança da Guiné Equatorial atacaram na semana passada a sede do partido de oposição Cidadãos para o Futuro (CI) em Malabo, dissolvido em 2018.
Esta operação levou à detenção de 150 apoiantes do CI, incluindo o líder do partido, Gabriel Nse Obiang.
Este recusou-se a responder a uma intimação judicial ligada a uma investigação sobre um ataque planeado que o governo alegou ter frustrado.
"Recebemos instruções de Sua Excelência o Presidente da República para libertar os militantes", 53 dos quais vivem em Malabo e 66 em Bata, capital económica, disse Santiago Edu Assam, secretário-geral do Ministério da Segurança, à televisão estatal (TVGE).
Não foi feita nenhuma acusação contra eles e entre "53 e 55 pessoas", incluindo o líder do partido, ainda estão detidos, acrescentou.
"Se o Presidente perdoou essas pessoas, é por causa do seu humanismo e porque é um defensor da paz", acrescentou Santiago Edu Assam.
O Ministério da Segurança disse em comunicado na terça-feira que "as forças de segurança usaram meios não letais" durante o assalto à sede da CI, acrescentando que "quatro militantes" morreram por "inalar gás lacrimogéneo" durante a operação.
O ministério acrescentou que na sede do partido estavam "sequestradas" 200 pessoas, incluindo "mulheres grávidas, crianças e idosos", acusando Nse Obiang de preparar uma insurreição em 03 de novembro para o lançamento da campanha eleitoral.
A organização não-governamental (ONG) de direitos humanos Somos + Sociedad civil, "condenou" esta agressão, denunciando o "terrorismo de Estado", segundo um comunicado hoje publicado.
A ONG também pediu uma "investigação independente".
Aos 80 anos, o Presidente Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, que detém o recorde mundial de longevidade à frente de um Estado, excluindo monarquias, anunciou em 23 de setembro que iria concorrer a um sexto mandato.
Teodoro Obiang dirige desde há 43 anos, com mão de ferro, a Guiné Equatorial, um pequeno país da África Central rico em hidrocarbonetos.
O partido Cidadãos para o Futuro ocupou um dos 100 assentos na Assembleia Nacional nas eleições legislativas de 2017, os outros 99 estão ocupados pelo Partido Democrático da Guiné Equatorial (PDGE), de Teodoro Obiang, e único partido legalizado até 1991.
Em fevereiro de 2018, meses depois das eleições, o CI foi banido e dissolvido e a residência de Nse Obiang serviu como sede do partido, apesar da dissolução oficial.
Ex-chefe de gabinete militar do chefe de Estado, Nse Obiang tem ameaçado nos últimos dias sair às ruas com os seus militantes se o governo não permitir a sua participação nas eleições legislativas e presidenciais de 20 de novembro próximo.
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