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Rajoy e González dizem que Europa "esteve bem" na reação à invasão

Os ex-presidentes do Governo espanhol Felipe González e Mariano Rajoy consideraram hoje que a Europa "esteve bem" na reação à invasão russa da Ucrania, salientando que o conflito mostrou que sozinhos os países europeus "valem menos que nada".

Rajoy e González dizem que Europa "esteve bem" na reação à invasão
Notícias ao Minuto

16:45 - 30/09/22 por Lusa

Mundo Ucrânia

Num debate com mais momentos de acordo do que desacordo, no IV Foro de La Toja-Vínculo Atlântico, que decorre na Ilha de La Toja, em Espanha, os ex-governantes espanhóis destacaram que a guerra mostrou a necessidade de uma "política exterior de defesa europeia" e que veio "recuperar o conceito e importância" da NATO.

Quer o ex-líder do PSOE quer o ex-líder do PP referiram que a Europa "não tem que se arrepender" de no passado ter sido próxima da Rússia de Putin, que consideram "não ser fraco" mas não imbatível.

"Tem-se notado que, separadamente, os países europeus significam menos do que nada. Em geral, a atitude de União Europeia face ao problema da guerra tem sido boa (...) a Europa está a ir razoavelmente bem", considerou Filipe González.

"Estou de acordo. Houve alguma discussão sobre as sanções à Rússia e há muita incerteza sobre como isto vai acabar (...) Putin não é tão forte para ficar com a Ucrânia mas não é tão fraco para pensar que se pode ganhar já", disse Rajoy.

Para o antigo líder do PP, partido que neste momento é oposição em Espanha, o conflito na Ucrânia deixou claras duas questões: "Primeiro, isto da segurança europeia, que se dava como garantida, que não ia haver conflitos militares, viu-se que não é verdade e provou ser fundamental uma política exterior de defesa europeia".

"Segundo, isto serviu para reforçar a NATO, recuperar a NATO. É preciso reforçar a posição da NATO e aumentar os gastos com a defesa", defendeu.

Outra opinião comum aos dois ex-presidentes do Governo espanhol é que "é preciso ajudar a Ucrânia como se puder", como referiuFilipe González, nomeadamente fornecendo armamento.

"Ajudar a Ucrânia é uma obrigação do ponto de vista moral", apoiou Rajoy, que alertou para as consequências da falta de ajuda aquele país invadido a 24 de fevereiro pela Federação Russa.

"Eu acredito que temos que ajudar a Ucrânia, desconheço como isto vai acabar mas se não o fizermos não sabemos o que pode acontecer no futuro porque o mundo não acaba na Ucrânia e há outros países que não estão na NATO e podem ser os próximos [a ser invadidos] e há outros que estão na NATO e podem estar na mesma posição", apontou.

Questionados sobre se foi um erro a "relação próxima" entre a Europa e a Federação Russa no passado, mais uma vez, os dois políticos históricos de Espanha concordaram: "O ocidente não tem que se arrepender. Fez-se uma aposta de tentar ocidentalizar a Rússia, não funcionou e agora temos que saber o que temos que fazer", destacou Rajoy.

Salientando que "agora é muito mais fácil" concordarem que no passado, González e Rajoy apelaram a um "pacto" na tributação de rendimentos.

"Estamos a caminhar, se ainda não chegámos, para um modelo fiscal de 'Frankenstein' (...) Estou muito preocupado em ressuscitar o velho debate entre ricos e pobres (...) Algumas pessoas aqui acreditam que governar significa acabar com os ricos", disse Rajoy.

A IV edição do fórum termina sábado e além de Rajoy e González passaram por La Toja personalidades como o ex-presidente da Argentina Mauricio Macri, responsáveis por várias companhias europeias ligadas à energia e o ex-governador do Banco de Portugal Carlos Costa.

Nesta quarta edição, o Fórum La Toja debruça-se sobre temas como a segurança energética na Europa, cibersegurança, inflação, desafios demográficos, coesão territorial, entre outros.

Leia Também: Biden condena "anexação fraudulenta" e promete continuar a apoiar Ucrânia

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