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Oposição aceita retomar o diálogo com o Governo, mas com garantias

A oposição venezuelana vê condições para retomar o diálogo com o Governo do Presidente Nicolás Maduro, mas precisa de garantias mínimas para competir nas próximas presidenciais.

Oposição aceita retomar o diálogo com o Governo, mas com garantias
Notícias ao Minuto

06:47 - 27/09/22 por Lusa

Mundo Venezuela

"Fazemos um enorme esforço para ressuscitar o diálogo (com o Governo) no México. Finalmente, os EUA, a Comunidade Internacional está alinhada, dando sinais de tomar decisões difíceis para recuperar a verdadeira vontade política de chegar a um acordo", disse o político opositor Miguel Pizarro.

Militante do partido Primeiro Justiça, Pizarro, falava durante o evento virtual sobre "Restauração da democracia na Venezuela", organizado pelo Instituto Real de Assuntos Internacionais Chatham House, com sede em Londres, Inglaterra.

"Finalmente, temos uma oposição em que todos estão representados na delegação (opositora). A reconstrução deste quadro não foi uma tarefa fácil e a negociação não é fácil. Vamos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para que o regime regresse ao México (lugar das negociações)", explicou.

No entanto, explicou, "precisamos de condições mínimas para competir numa eleição que agora está relacionada com o relatório (da ONU) sobre os direitos humanos".

"Não é uma luta entre partidos políticos irracionais que não conseguem chegar a um acordo. É uma eleição entre as vítimas e quem viola os seus direitos humanos. Essa vai ser a via política até (as presidenciais de) 2024: resistência civil, organização contra todos os instrumentos do poder, incluindo os serviços de informação", explicou.

Segundo Pizarro atualmente "há uma desconexão brutal entre as pessoas e a política, entre as pessoas e a negociação" que faz que até 9 em cada 10 venezuelanos não saiba a que se referem quando falam de diálogo.

Por outro lado, explicou que "os incentivos que tinha o regime há um par de anos atrás, não são os mesmos agora, no atual contexto mundial".

"Após o início da invasão russa à Ucrânia, todo o contexto na conversa mundial, fora da Venezuela, tem tópicos diferentes. Não é apenas a abordagem da democracia. Sobre a mesa está também, as eleições, a transição, o petróleo e o gás líquido", frisou.

A oposição venezuelana diz que o regime tem incentivos para envolver-se em negociações reais, "vendo a oportunidade enérgica que têm no mercado real" e as conversas que estão a acontecer com as companhias petrolíferas, atrás das cortinas.

Segundo Pizarro, as próximas eleições presidenciais podem ainda dar a "legitimidade" ao regime para voltar a fazer parte da comunidade internacional e financeira, para ter acesso ao ouro em Inglaterra, aos créditos do FMI, ao BID e ao Banco Mundial.

Por outro lado, a adida de Negócios da Inglaterra na Venezuela, Becks Buckingham, explicou que "as longas negociações prometidas ainda não recomeçaram oficialmente, mas há conversações nos bastidores" e "uma verdadeira reorientação das prioridades na delegação da oposição".

"Ainda estamos muito longe de chegar a qualquer acordo (...) o trabalho da Comunidade Internacional é apoiar a oposição, o 'governo interino' (opositor Juan Guaidó), a plataforma unitária (...) mas também falar com a atual administração sobre como isto é importante para avançar", disse.

Segundo o diretor de Gestão para as Américas do Serviço Europeu de Ação Exterior, Javier Niño Pérez, "o processo estagnou, é difícil (...) e com o passar do tempo, tornar-se-á mais difícil. Maduro tem realmente de ir (dialogar) para o México e fazer algo significativo (...) e depois vai-se ver a solução para a crise venezuelana. Este é o grande ponto de partida".

No debate participou ainda a política venezuelana Paola Bautista de Alemán que destacou que a oposição venezuelana chegou a um acordo sobre "um caminho eleitoral", que a Comunidade Internacional pode ajudar, "fazendo pressão e assegurando" que se a oposição ganhar "os resultados vão ser aceites.

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