"Chorei o dia todo": Esposas de possíveis recrutas temem mobilização

Jornal russo Novaya Gazeta relata as histórias de algumas mulheres que temem a ida dos maridos para a guerra na Ucrânia. 

Russia. Saratov City. The Soothe My Sorrows Church is in the historical center of the City. This church is one of the emblems of the City of Saratov. It was built at the beginning of the 20th century and is inspired by the Church of Saint Basil the Blesse

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Notícias ao Minuto
22/09/2022 19:16 ‧ 22/09/2022 por Notícias ao Minuto

Mundo

Guerra na Ucrânia

Putin decidiu. Pelo menos 300 mil russos vão ser convocados para a guerra - ou 'operação especial' como teima em chamar o presidente russo - na Ucrânia. A mobilização parcial foi decidida, mas nem por isso agradou. 

Após o anúncio, os voos para sair do país esgotaram, as buscas no Google por "como partir um braço" dispararam numa tentativa de se verem livres da convocatória, e milhares saíram às ruas das principais cidades russas para se manifestarem contra a mobilização. 

O estado de espírito dos russos não é favorável à decisão do líder. 

O jornal russo Novaya Gazeta relata as histórias de algumas mulheres que temem a ida dos maridos para a guerra na Ucrânia. 

Irene é uma dessas mulheres. Vive em Saratov com o marido e os três filhos e receia a mobilização. O marido tem como especialidade militar o ter sido petroleiro, um dos requisitos da mobilização. Atualmente trabalha numa fábrica de móveis enquanto a mulher se encontra de licença de maternidade. 

A russa já viu os efeitos que a guerra poderá ter e teme que o marido seja morto ou venha com ferimentos graves. A família vive com dificuldades e o marido é um dos sustentos da casa. Irene teme o que que possa acontecer visto que o irmão foi ferido - enquanto militar contratado - na invasão russa e tem uma perna "a apodrecer" há quase dois meses sem tratamento conveniente.

Outra mulher de Saratov, Vika, diz chorar o dia todo desde que foi anunciada a decisão do presidente.

“Chorei o dia todo hoje”, afirma a mulher ao jornal russo. O marido, Sergei, é um major de 44 anos da reserva de tropas químicas, e está na primeira categoria para ser chamado. 

Também Vika, assistente numa loja, refere as dificuldades que possa enfrentar. "O meu salário não é suficiente nem para a moradia e serviços comunitários. Como criar as meninas sozinha?", lamentou. 

Os reservistas, além de terem de lutar, não têm as suas hipotecas suspensas de alguma forma o que leva estas famílias a temerem o que se avizinha. 

Leia Também: Rússia. Que reservistas serão mobilizados e quais os 'excluídos'?

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