"O inimigo ocupou 40 quilómetros quadrados de território arménio, em maio, e agora mais 10 quilómetros quadrados" durante os confrontos em curso, disse Pashinyan, perante o Parlamento em Erevan, exigindo a retirada das forças do Azerbaijão.
Os confrontos, que eclodiram durante a madrugada de terça-feira, são os mais intensos desde a guerra de 2020, em que a Arménia saiu derrotada, num conflito que matou mais de 6.500 pessoas.
Hoje, Nikol Pashinian já tinha dito que o número de militares arménios mortos em confrontos na fronteira com o Azerbaijão aumentara para 105, mais do dobro do número de mortes anunciadas na terça-feira.
"De acordo com dados recolhidos recentemente, 105 soldados das Forças Armadas arménias morreram", disse o primeiro-ministro arménio durante um discurso no Parlamento.
Na terça-feira, Nikol Pashinian tinha relatado que pelo menos 49 militares arménios tinham morrido nos confrontos.
Já do lado de Baku, o Ministério da Defesa do Azerbaijão comunicou 50 mortes.
Agora, Pashinian exige a retirada das forças do Azerbaijão do território ocupado, depois de, na terça-feira, a Rússia ter anunciado uma trégua, que foi rapidamente violada.
O Ministério da Defesa da Arménia disse que Baku "retomou os ataques com artilharia, morteiros e armas de grande calibre nas direções de Jermuk e Verin Chorja", duas localidades arménias perto da fronteira com o Azerbaijão.
O Ministério da Defesa do Azerbaijão, por sua vez, afirmou que as forças arménias bombardearam durante a noite as suas "posições nas áreas de Kelbajar e Lachin".
Baku também acusou as forças arménias de atingir três aldeias do Azerbaijão, o que a Arménia rejeita.
Os dois países estão em conflito há várias décadas por causa da região de Nagorno-Karabakh, que faz parte do Azerbaijão, mas que está sob controlo de forças de etnia arménia apoiadas por Erevan desde que uma guerra separatista terminou, em 1994.
O Azerbaijão recuperou grandes áreas de Nagorno-Karabakh e territórios adjacentes mantidos pelas forças arménias numa outra guerra, que decorreu durante seis semanas, em 2020, provocando então a morte de mais de 6.600 pessoas. Este novo episódio do confronto histórico entre os dois países acabaria após um acordo de paz mediado pela Rússia.
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