Centenas de pessoas manifestam-se "contra o regime" em Bagdade

Várias centenas de iraquianos manifestaram-se hoje em Bagdade, poucos dias depois dos confrontos entre fações xiitas rivais que deixaram 30 mortos entre os apoiantes do líder religioso e político Moqtada Sadr.

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Lusa
02/09/2022 19:23 ‧ 02/09/2022 por Lusa

Mundo

Bagdade

Os manifestantes agitaram bandeiras iraquianas e exigiram, pacificamente, uma mudança fundamental no sistema político, de acordo com imagens transmitidas pelo canal de televisão estatal Iraqiya.

O Iraque ainda está sem governo e sem primeiro-ministro desde as eleições legislativas de outubro de 2021, nomeadamente porque os políticos xiitas não chegam a um acordo.

"O povo quer a queda do regime", gritavam os manifestantes na Praça Nissour, em Bagdade, usando uma das frases da 'Primavera Árabe'. A raiva dos manifestantes foi direcionada ao sistema político que, segundo os mesmos, paralisaram o Iraque, um país rico em petróleo mas assolado por uma crise socioeconómica.

Alguns também gritaram frases contra o vizinho Irão, cuja "interferência" nos assuntos iraquianos é rejeitada pelos manifestantes.

Esses manifestantes dizem apoiar o vasto movimento social que eclodiu em outubro de 2019, quando milhares de iraquianos saíram às ruas para denunciar a "corrupção" da classe política e a interferência do Irão.

Esse movimento organiza esporadicamente manifestações em Bagdade. Estes protestos de hoje ocorrem num contexto de muita tensão.

No início desta semana, confrontos armados na Zona Verde de Bagdade entre partidários de Moqtada Sadr e membros do Hachd al-Chaabi, antigos paramilitares pró-Irão agora integrados às tropas regulares, causaram 30 mortes nas fileiras do pró-Sadr.

Os partidários do líder xiita invadiram o perímetro que abriga embaixadas e ministérios depois de Moqtada Sadr ter anunciado a sua "reforma permanente" da política.

Desde as últimas legislativas no Iraque, em outubro de 2021, o país ainda aguarda a nomeação de um novo chefe de Governo e a designação de um novo Presidente.

A Corrente Sadrista recusou, no fim de julho, uma candidatura ao cargo de primeiro-ministro apresentada pelo Quadro de Coordenação [pró-Irão].

De um lado, Moqtada Sadr quer dissolver o parlamento e realizar eleições legislativas antecipadas; do outro, as fações xiitas pró-Irão do Quadro de Coordenação querem impor as suas condições para esse hipotético escrutínio e exigem que haja previamente um Governo de transição.

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