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Rei de Marrocos apela ao entendimento nas relações com Argélia

O rei Mohammed VI de Marrocos apelou hoje ao "entendimento" entre os povos marroquino e argelino, abrindo a porta à retoma das relações diplomáticas entre os dois países, inexistentes há mais de um ano.

Rei de Marrocos apela ao entendimento nas relações com Argélia
Notícias ao Minuto

00:03 - 31/07/22 por Lusa

Mundo Marrocos

No discurso por ocasião do 23.º aniversário da sua ascensão ao trono, dirigido à nação e transmitido na televisão e rádios estatais, o monarca não mencionou a Espanha, apesar da normalização das relações com este país.

Por outro lado, apelou a uma reforma legal para melhorar o direito das mulheres à igualdade, noticiou a agência espanhola EFE.

Sobre a Argélia, Mohammed VI salientou que a fronteira entre os dois países nunca será uma "barreira que impeça a interação e o entendimento entre os dois povos".

"O nosso desejo é que esta fronteira se torne uma ponte que permita que Marrocos e Argélia caminhem em direção a um futuro melhor e ofereçam um bom exemplo de harmonia entre os outros povos magrebinos", sustentou.

O monarca apelou para que os marroquinos preservem o "espírito de fraternidade, solidariedade e boa vizinhança" com os "irmãos argelinos" e favoreçam a "proximidade, comunicação e compreensão entre os dois povos".

Mohammed VI também se referiu aos insultos entre os dois países, desde a interrupção das relações diplomáticas, descrevendo estes como atos "irresponsáveis" cujo objetivo é "provocar discórdia entre os dois povos irmãos".

"Aspiramos a trabalhar com a Presidência argelina para que Marrocos e Argélia possam trabalhar de mãos dadas para o estabelecimento de relações normais entre os dois povos irmãos, unidos pela história, laços humanos e um destino comum", realçou.

A Argélia rompeu as relações diplomáticas e encerrou o seu espaço aéreo a aeronaves marroquinas em agosto de 2021, após vários meses de crise entre os dois países na sequência da intervenção militar marroquina no posto fronteiriço de Guerguerat, entre o Saara Ocidental e a Mauritânia, para dispersar um grupo de saarauís ativistas.

No seu discurso, Mohammed VI pediu ainda a revisão das leis relacionadas com as mulheres, referindo-se concretamente ao "Moudawana" (Código da Família), aprovado em 2004 e que na altura representava um avanço em matéria de consagração dos direitos das mulheres.

Nos últimos anos, várias organizações de direitos humanos pediram uma segunda revisão do código para abrir caminho para a paridade.

A reforma de 2004 restringiu a poligamia e o casamento entre menores, mas as organizações pedem que garanta agora a igualdade nas heranças e proíba o casamento de meninas.

No seu discurso, o rei especificou que a reforma destas leis deve ser feita em "perfeita conformidade" com os preceitos da lei islâmica e as especificidades da sociedade marroquina.

"Que as mulheres tenham pleno acesso aos seus direitos não significa que prejudiquem os homens, ou vice-versa. A condição 'sine qua non' para o progresso de Marrocos está na posição que ocupam (as mulheres) e na sua participação efetiva nas diferentes áreas do desenvolvimento", sublinhou.

Leia Também: Human Rignts Watch denuncia "táticas" de Marrocos para calar dissidentes

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