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Kyiv. Lula da Silva em lista de pessoas que promovem propaganda russa

O Centro de Combate à Desinformação, que integra o Conselho de Segurança Nacional e Defesa da Ucrânia, colocou o ex-presidente brasileiro Lula da Silva numa lista de personalidades que as autoridades ucranianas acusam de promoverem propaganda russa.

Kyiv. Lula da Silva em lista de pessoas que promovem propaganda russa
Notícias ao Minuto

20:02 - 26/07/22 por Lusa

Mundo Ucrânia

Segundo a imprensa brasileira, que cita o documento, o ex-presidente brasileiro e candidato às eleições presidenciais de outubro é o único brasileiro nesta lista de 78 pessoas, que Kyiv considera que praticam desinformação e notícias falsas em prol da Rússia.

"Fico vendo o Presidente da Ucrânia na televisão como se estivesse festejando, sendo aplaudido em pé por todos os parlamentos, sabe? Essa cara é tão responsável quanto o Putin. Ele é tão responsável quanto o Putin. Porque numa guerra não tem apenas um culpado", disse o ex-presidente Lula da Silva, numa entrevista no início de maio à revista norte-americana Time.

Esta é uma das razões para que Lula tenha sido integrado na lista ucraniana.

Ainda assim, na mesma entrevista, Lula afirma que [o Presidente da Rússia, Vladimir] Putin não deveria ter invadido a Ucrânia", mas que "não é só o Putin que é culpado, são culpados os Estados Unidos e é culpada a União Europeia".

"Qual é a razão da invasão da Ucrânia? É a NATO", declarou.

A segunda justificação para o ex-presidente brasileiro ser incluído nesta lista é, segundo Kyiv, Lula teria declarado que a Rússia "deve liderar a nova ordem mundial".

Citado pela CNN Brasil, a assessoria de Lula afirma que esta frase nunca foi proferida pelo ex-presidente brasileiro e defendeu que a primeira razão está descontextualizada.

Segundo a imprensa brasileira, Lula nunca proferiu essas declarações.

Hoje o Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, reagiu à inclusão do seu opositor à presidência: "Você viu a Ucrânia botando o Lula no rol dos desinformadores sobre a guerra? Não é por [sugerir] tomar cerveja para resolver o conflito. É outro problema", afirmou Bolsonaro numa provocação a Lula da Silva que, em abril, num comício afirmou que a guerra "seria resolvida aqui no Brasil numa mesa tomando cerveja".

Na semana passada, o Presidente da Ucrânia, Volodymir Zelensky, e o chefe de Estado brasileiro, Jair Bolsonaro, tiveram uma conversa telefónica, a primeira desde a Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro.

Nesta conversa, segundo Kyiv, Zelensky terá pedido a Bolsonaro a adesão do país às sanções impostas à Rússia.

Desde o início da guerra, Bolsonaro tem evitado condenar os ataques russos em território ucraniano e mantém uma posição "neutra" e "equilibrada" em relação ao conflito.

Também tem criticado as sanções económicas que o Ocidente adotou contra a Rússia, às quais o Brasil, a maior economia da América Latina, não aderiu.

De facto, enquanto o Ocidente tentava isolar a Rússia, Bolsonaro reforçou a sua cooperação com a administração de Putin, que visitou em fevereiro, na véspera do início da guerra, para garantir o fornecimento de fertilizantes aos produtores agrícolas brasileiros.

Há duas semanas, o ministro das Relações Exteriores do Brasil disse que o país quer comprar o máximo de gasóleo à Rússia, com quem está a finalizar um acordo para adquirir este tipo de combustível a um preço mais barato.

A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro e a ofensiva militar já matou mais de 5.100 civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

A ofensiva militar russa causou a fuga de mais de 16 milhões de pessoas, das quais mais de 5,9 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

Leia Também: Kyiv acusa Rússia de novo ataque a porto perto de Odessa

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