Junta militar diz que opositores executados mereciam "sentenças de morte"

Um porta-voz da junta militar que governa Myanmar defendeu hoje que os quatro prisioneiros executados, incluindo dois destacados opositores, mereciam "várias sentenças de morte".

Kyaw Min Yu, , Phyo Zeyar Thaw, myanmar, ativistas, birmânia

© Reuters

Lusa
26/07/2022 12:02 ‧ 26/07/2022 por Lusa

Mundo

Myanmar

"Se compararmos as suas sentenças com outros casos de pena de morte, [os executados] cometeram crimes pelos quais deveriam ter sido condenados várias vezes à morte", disse Zaw Min Tun, numa conferência de imprensa após as primeiras execuções no país em 30 anos, que provocaram protestos da comunidade internacional.

"Feriram pessoas inocentes de maneira cruel. Houve muitas perdas que não podem ser substituídas", afirmou o porta-voz, acrescentando que "a sentença de morte foi pronunciada pelo tribunal depois de lhes ter sido dado o direito de defesa em todas as fases do processo judicial" e de terem tido "o direito de apelar, bem como de apresentar uma carta de apelação".

Myanmar (ex-Birmânia) executou quatro presos que estavam no corredor da morte, incluindo o pioneiro do rap e ex-deputado do partido pró-democracia de Aung San Suu Kyi, Phyo Zeya Thaw, e também outra figura da oposição, Kyaw Min Yu.

O porta-voz não especificou como ou quando essas sentenças de morte foram aplicadas.

De acordo com Zaw Min Tun, os ataques orquestrados por Phyo Zeya Thaw contribuíram para a morte de 21 pessoas - nove polícias e doze civis.

Após o anúncio das execuções pelos meios de comunicação estatais na segunda-feira, a ONU condenou estas ações "cruéis e regressivas", assim como os Estados Unidos, a França, a Associação dos Países do Sudeste Asiático (ASEAN), entre outros países e organizações.

A última execução na Birmânia teve lugar em 1988, sob a antiga junta militar que governou o país entre 1962 e 2011, de acordo com a Amnistia Internacional (AI).

Desde o golpe militar de 01 de fevereiro de 2021, 113 pessoas foram condenadas à morte em Myanmar.

O país não revogou a pena de morte mas, até agora, os condenados viam as suas sentenças trocadas por tempo de prisão, na sequência dos perdões tradicionais concedidos pelas autoridades em datas especiais.

O golpe militar mergulhou o país numa profunda crise política, social e económica, e desencadeou uma espiral de violência com novas milícias civis.

Desde que assumiu o poder, a junta birmanesa, regularmente acusada de atrocidades, mantém uma repressão sangrenta contra os seus opositores, com mais de 2.000 civis mortos e mais de 15.000 presos desde o golpe, segundo uma organização não-governamental local.

Leia Também: Execução de prisioneiros em Myanmar "é altamente condenável"

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas