Meteorologia

  • 16 ABRIL 2024
Tempo
24º
MIN 13º MÁX 26º

Comissão da Etiópia acusa soldados de queimarem um homem vivo

A Comissão Etíope dos Direitos Humanos (EHRC) acusou hoje as forças de segurança do Governo de queimarem um homem vivo na região do Tigray, num vídeo que gerou muita controvérsia.

Comissão da Etiópia acusa soldados de queimarem um homem vivo
Notícias ao Minuto

22:48 - 08/07/22 por Lusa

Mundo Direitos Humanos

"A execução extrajudicial de suspeitos (...) é uma grave violação dos direitos humanos e deve ser prontamente investigada para garantir a responsabilização", disse o responsável da EHRC, Daniel Bekele, num comunicado.

De acordo com uma investigação preliminar da comissão, os homens de uniforme que atearam fogo a uma pessoa no controverso vídeo eram soldados do exército federal e polícias das forças regionais de Benishangul-Gumz.

O incidente ocorreu em 3 de março na zona de Tekele, acrescentou o organismo, num comunicado enviado à agência Efe.

A comissão também confirmou o assassinato de pelo menos 20 agentes de segurança do Governo central um dia antes do incidente, o que levou os colegas da vítima a "brutais represálias".

Agentes de segurança revistaram a área à procura de possíveis suspeitos e torturaram vários habitantes locais, até que um deles admitiu ter participado nos ataques contra as forças federais.

Além do homem queimado vivo, informou o EHCR, os agentes de segurança também mataram outros oito residente na zona com as suas armas.

"Ver os funcionários governamentais, responsáveis pela aplicação da lei, cometerem estas atrocidades, irá corroer a confiança do público no Estado de direito e incitar a novas violações dos direitos humanos", lamentou Daniel Bekele.

O governo federal da Etiópia tem vindo a travar uma guerra com os rebeldes da Frente Popular de Libertação do Tigray (TPLF) desde novembro de 2020.

O primeiro-ministro, Abiy Ahmed, ordenou uma ofensiva contra a TPLF em retaliação a um ataque a uma base militar e na sequência de uma escalada das tensões políticas.

Desde finais de outubro de 2021, a FPLT conseguiu avançar para sul e ameaçou entrar em Adis Abeba, onde se localizada a sede da União Africana.

Os receios de que os rebeldes pudessem atacar a capital da Etiópia, o segundo país mais populoso de África e um importante aliado do Ocidente, reforçaram os esforços diplomáticos da comunidade internacional para alcançar uma solução negociada.

Em 11 de fevereiro, a representante especial da União Europeia (UE) para o Corno de África, Annette Weber, da Alemanha, lamentou que a Etiópia ainda esteja "longe" de encontrar uma solução pacífica para o conflito, embora os rebeldes tenham anunciado a retirada das suas tropas para Tigray e o Governo central tenha libertado vários rebeldes e prisioneiros políticos no final de dezembro.

Segundo a ONU, cerca de 5,2 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária no Tigray e nas regiões vizinhas de Amhara e Afar.

Milhares de pessoas foram mortas e cerca de dois milhões foram forçadas a fugir das suas casas devido à violência.

Leia Também: PM da Etiópia diz que "centenas" de agentes morreram pelo país

Recomendados para si

;
Campo obrigatório