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Crise: "Oportunidade passou" para substituir Boris Johnson por interino

A eleição para a liderança do Partido Conservador deve ser concluída "o mais depressa possível", mas "a oportunidade passou" para substituir Boris Johnson por um primeiro-ministro interino, afirmou hoje um membro da direção do grupo parlamentar conservador.

Crise: "Oportunidade passou" para substituir Boris Johnson por interino
Notícias ao Minuto

10:42 - 08/07/22 por Lusa

Mundo Reino Unido

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, demitiu-se na quinta-feira da liderança do Partido Conservador, mas disse que se manterá na chefia do Governo até à eleição de um novo líder dos conservadores, apesar das vozes de dentro e fora do partido para que deixe já o executivo.

Em entrevista hoje à BBC, o tesoureiro do Comité 1922, designação do grupo parlamentar Conservador, Geoffrey Clifton-Brown, afirmou ser "no interesse do país e do partido" que o sucessor de Johnson seja escolhido "o mais cedo possível". 

Porém, defendeu um "processo democrático", com tempo para os candidatos fazerem campanha pelo país e os militantes avaliarem as opções e escolherem, o que poderá prolongar-se até setembro. 

Sobre a possibilidade de Boris Johnson ser substituído imediatamente por um primeiro-ministro interino, Clifton-Brown admitiu que "essa oportunidade passou". 

"Num mundo ideal, Dominic Raab, enquanto vice primeiro-ministro, deveria ser nomeado primeiro-ministro interino, mas essa oportunidade passou e agora temos de viver com o facto de que Boris Johnson vai ser primeiro-ministro até ser escolhido um sucessor", acrescentou.  

O calendário para a escolha de um novo líder do Partido Conservador só será decidido na próxima semana, após a eleição de uma nova direção do grupo, na segunda-feira. 

A eleição é feita em duas fases, começando por uma série de votações circunscrita ao grupo parlamentar para reduzir os candidatos a dois finalistas, cujo vencedor é depois escolhido numa segunda fase pelo universo dos quase 200.000 militantes do Partido. 

Em 2019, quando Boris Johnson foi eleito, o processo demorou seis semanas, mas em 2016 Theresa May teve a tarefa facilitada graças à desistência da outra finalista, Andrea Leadsom, o que encurtou a eleição em um mês.

"Neste caso, penso existir muita concorrência e ficaria surpreendido se não fosse a votação dos membros (...). Tendo em conta as circunstâncias de divisão no partido, penso que até é bom para que tenham oportunidade de escolher", afirmou Clifton-Brown.

Embora as inscrições ainda não tenham sido abertas, pelo menos dois deputados já declararam interesse na eleição, Tom Tugendhat e Steve Baker.

A demissão de Boris Johnson, de 58 anos, que assumiu o cargo de primeiro-ministro do Reino Unido em julho de 2019, ocorreu após a saída de dezenas de membros do seu executivo e de uma sucessão de escândalos.

Depois de David Cameron, em 24 de junho de 2016, e de Theresa May, em 24 de maio de 2019, Johnson é o terceiro primeiro-ministro conservador a demitir-se em apenas seis anos.

O líder conservador demissionário passou 1.079 dias no governo, sendo o 12º primeiro-ministro com mais dias no cargo, segundo uma lista elaborada pelo Politico e que é encabeçada por Margaret Thatcher (4.226 dias), seguida de Tony Blair (3.708 dias) e Winston Churchill (3.160 dias).

Leia Também: Síntese. Boris Johnson cedeu à pressão e abandona a sonhada liderança

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