Primeiro-ministro búlgaro rejeita anular expulsão de diplomatas russos

O primeiro-ministro cessante da Bulgária rejeitou hoje que o seu governo ceda às pressões da Rússia, que ameaçou romper relações bilaterais dando 24 horas para a anulação da decisão búlgara de expulsar 70 diplomatas russos por "espionagem".

 Kiril Petkov

© Getty Images

Lusa
01/07/2022 15:57 ‧ 01/07/2022 por Lusa

Mundo

Ucrânia/Rússia

"Não aceitamos que diplomatas de outros países deem um ultimato ao Estado búlgaro", declarou o primeiro-ministro Kiril Petkov, num vídeo divulgado pelo Governo pouco antes do fim do prazo do ultimato, que foi apresentado na quinta-feira pela embaixadora russa em Sófia, Eleonora Mitrofanova.

A diplomata apresentou ao Ministério dos Negócios Estrangeiros búlgaro uma nota verbal onde se exige que Sófia anule a sua decisão de declarar 'persona non grata' 70 funcionários da embaixada da Rússia.

Todas as pessoas envolvidas devem abandonar o território búlgaro antes da meia-noite de hoje.

A ordem de expulsões não aumentou apenas as tensões da Bulgária com a Rússia, mas também as internas na coligação no poder e no Parlamento.

O Partido Socialista búlgaro (BSP), que sucedeu ao antigo Partido Comunista, denunciou o facto de não ter sido consultado previamente sobre as expulsões de quase dois terços do pessoal da embaixada russa, algo que considerou "irracional" e "inaceitável" por parte do primeiro-ministro.

Por esse motivo, os socialistas recusam voltar a apoiar Petkov como chefe do novo Executivo, que está a tentar ser formado na sequência da rutura da coligação quadripartida no poder desde dezembro.

O objetivo consiste em evitar novas eleições legislativas, que seriam as quartas em 18 meses, com o PSB a anunciar estar disposto a negociar com o Continuemos a Mudança (PP), o partido de Petkov, caso apresente outro candidato a primeiro-ministro.

Petkov, definido como um liberal e pró-europeu, propôs ceder o cargo ao até agora vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças, Asen Vasilev, que será hoje encarregue pelo Presidente do país, Rumen Radev, de formar o novo Governo.

No dia 22 de junho, seis meses após tomar posse, o Governo de coligação do primeiro-ministro liberal búlgaro, Kiril Petkov, foi derrubado por uma moção de censura no parlamento.

A iniciativa partiu do GERB, o antigo partido no poder de Boiko Borissov, dos seus aliados das Forças Democráticas Unidas e ainda do Movimento pelos Direitos e Liberdades (que representa a minoria turca) e dos nacionalistas pró-russos do Vazrajdane (Renascimento).

O texto foi adotado por 123 deputados, enquanto 116 votaram contra, num total de 240 lugares, anunciou o vice-presidente do parlamento da Bulgária, Miroslav Ivanov.

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