Rússia acusa UE de querer escravizar Ucrânia e Moldova
A porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros russo disse que a UE não pensou "nas consequências negativas" da decisão.
© Reuters
Mundo Rússia
A Rússia considerou esta sexta-feira que a aprovação pela União Europeia (UE) dos estatutos de candidato da Ucrânia e da Moldova trará consequências negativos para todos os envolvidos, e que a UE "escraviza" os países nos seus limites fronteiriços.
A porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros, Maria Zakharova, afirmou que o objetivo da UE é abranger todos os países da antiga União Soviética e limitar a ação russa.
Citada pela Reuters, Zakharova disse que "ao permitir o estatuto de países candidatos à Ucrânia e Moldova, a UE confirmou que continua a explorar ativamente a CIS (Comunidade dos Estados Independentes, composta pelos países da antiga URSS) a um nível geopolítico, para conter a Rússia".
"Eles [a UE] não estão a pensar nas consequências negativas deste passo", argumentou Zakharova, acreditando que a UE está a sacrificar os seus ideais democráticos "à custa da expansão sem freios e da escravatura económica e política dos seus vizinhos".
A porta-voz aproveitou para reiterar a propaganda russa e defender que Moscovo foi "obrigada" a invadir a Ucrânia para prevenir um ataque ao seu próprio território.
O Ocidente e Kyiv contestam, claro, esta versão dos russos.
Os estatutos de países candidatos à UE da Ucrânia e da Moldova foram aprovados na quinta-feira pelos líderes da União, iniciando-se assim um processo que deverá levar vários anos ou mesmo décadas. De fora do processo continuam alguns dos países dos Balcãs e a Geórgia, que continuam a manifestar intenções em aderir à comunidade europeia.
A guerra na Ucrânia já fez mais de 4.600 mortos entre a população civil, segundo os dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos. No entanto, a organização adverte que o número real de mortos deverá ser muito superior, devido às dificuldades em contabilizar as baixas em territórios ocupados ou sitiados pelos russos, como em Mariupol, onde se estima que tenham morrido dezenas de milhares de pessoas.
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