Sedar Soares, criança de 13 anos morta a tiro, em 2003, ‘reapareceu’ para pedir ajuda para solucionar o seu próprio assassinato. Com recurso a uma fotografia do jovem e a um ator com estatura semelhante, a polícia de Roterdão, nos Países Baixos, realizou um vídeo ‘deepfake’, que usa inteligência artificial para criar imagens hiperrealistas, na esperança de obter novas pistas sobre o homicídio de 19 anos.
A 1 de fevereiro de 2003, Sedar foi baleado enquanto atirava bolas de neve com os amigos aos veículos que passavam, na estação de metro de Slinge, em Roterdão. O menino, que foi atingido na cabeça, acabou por morrer um dia depois.
Durante anos pensou-se que Sedar teria sido baleado por ter atirado bolas de neve a um motorista. Contudo, novos depoimentos indicam que o jovem “estava no lugar errado à hora errada”, tendo sido atingido por uma bala perdida num possível confronto entre gangues, revelaram as autoridades, em comunicado.
No vídeo, Sedar aparece num campo de futebol onde, rodeado pela família, amigos, colegas e professores, fixa o olhar no espectador, enquanto a irmã, Janet Soares, recorda o dia fatídico e pede informações sobre o caso. Nessa linha, se surgirem pistas que levem à resolução do crime, a recompensa é de 40 mil euros.
Indrukwekkende #deepfake van de 13-jarige Sedar Soares die werd vermoord terwijl hij samen met zijn vriendjes sneeuwballen gooide.
— Politie Mobiel Media Lab (@MobielMediaLab) May 23, 2022
We krijgen er Sedar niet mee terug maar hopelijk wel enkele antwoorden op de vragen.
Beloning: 40.000 euro #innovatie #wereldprimeur #coldcase pic.twitter.com/MaGGiJ3DRj
Além destas imagens, as autoridades detalharam que as novas pistas no caso deram lugar ao documentário ‘Fale! Agora!’, exibido no WNL Vandaag, a 22 de maio, no qual é possível ter um vislumbre das técnicas utilizadas na investigação.
© Reprodução
“Sentimos falta do Sedar todos os dias. O nosso filho, irmão, e sobrinho estava no lugar errado, com os seus amigos, na hora errada. Estamos muito satisfeitos que a polícia esteja, mais uma vez, a dar total atenção à sua morte. E estamos gratos por todos os que ajudaram a realizar este projeto tão especial. Sedar era um menino doce que queria ser jogador de futebol e não faria mal a uma mosca”, confessou a família, através de um representante, sublinhando esperar que possíveis testemunhas ainda queiram ajudar “depois de todos estes anos”.
“Dar-nos-ia muita paz. A perda do Sedar ainda dói. Participar do documentário exigiu muito de nós”, enfatizaram.
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