Durante mais de dois meses, o TRUE RUSSIA, co-fundado pelo russo Mikhail Baryshnikov, angariou mais de um milhão de euros para ajudar os refugiados ucranianos.
"Os seus compinchas [regulador], cegos pelo medo, deram ordens para que o nosso site fosse banido - o site TRUE RUSSIA [Rússia verdadeira]. O medo deles é tão previsível", começa por escrever o ator, endereçando a nota a Vladimir Putin. "Este medo tão grande dá-nos uma grande confiança no caminho que escolhemos", continua.
O dançarino, que nasceu na Letónia, quando o país ainda fazia parte da antiga União Soviética, fala da sua experiência. "Na minha infância, o papel de ocupante foi-me imposto - ao filho de um oficial russo na Letónia -, mas não pegou", conta, explicando que foi aos 26 anos que "rejeitou" tudo aquilo que os membros da União Soviética tentaram impor-lhe. "Em 50 anos, vivi como um homem livre num mundo livre - sem regras impostas pelos outros, e sem medo", explicou, sublinhando que as pessoas continuavam a considerá-lo russo - tanto a ele, como o escritor Boris Akinun ou o economista Sergei Guriev.
"As pessoas como nós trazem mais honra à Rússia do que aqueles imprecisos guiados pelas balas. O teu mundo russo, o mundo do medo, o mundo em que se queimam livros ucranianos, não vai continuar enquanto houver pessoas como nós - os verdadeiros russos que foram imunizados do medo nas nossas infâncias. O nosso mundo vai viver, apesar das tuas restrições", rematou, acrescentando que "sabemos manter os valores do verdadeiro mundo russo. E o teu vai morrer dos seus próprios horrores a não ser que acorde", notou.
"Sabes aquilo que temes. Sabes de quem é a bala mais precisa", finalizou.
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