NATO. Turquia manterá veto se exigências não forem cumpridas
A Turquia continuará a opor-se à adesão da Suécia e Finlândia à NATO enquanto não foram tomadas medidas específicas para resolver as objeções de Ancara, realçou esta quarta-feira um alto funcionário de Ancara após negociações com estes países nórdicos.
© Reuters
Mundo NATO
"Deixamos bem claro que, se as preocupações de segurança da Turquia não forem atendidas com medidas concretas num determinado prazo, o processo não avançará", sublinhou Ibrahim Kalin, porta-voz e assessor sénior do Presidente turco Recep Tayyip Erdogan.
Turquia, Suécia e Finlândia mantiveram esta quarta-feira conversações, que duraram cerca de cinco horas, noticiou a agência Associated Press (AP).
A Turquia já tinha anunciado um veto a estes pedidos de adesão, com Ancara a acusar os dois países nórdicos de abrigarem ou apoiarem militares curdos e outros que considera serem uma ameaça à sua segurança.
Os 30 membros da Aliança Atlântica têm de estar de acordo para permitir novas entradas.
O assessor do chefe de Estado turco adiantou ainda que a proposta de Ancara para que os dois países suspendam os limites de exportação de armas à Turquia foi recebida com uma "atitude positiva" pelas delegações sueca e finlandesa.
E acrescentou que as negociações continuarão assim que os governos nórdicos correspondam às exigências da Turquia.
Ancara espera também a extradição de 28 suspeitos de "terrorismo" da Suécia e 12 da Finlândia, salientou Kalin.
Os pedidos de extradição relacionam-se com pessoas procuradas por Ancara e acusadas de serem membros do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) ou do movimento de Fethullah Gülen.
O Presidente turco Recep Tayyip Erdogan, antigo aliado do predicador residente nos Estados Unidos Gülen, acusa-o de ter fomentado a tentativa de golpe de Estado de julho de 2016 e considera-o um "chefe terrorista".
Ancara considera, em particular, que a Suécia é um 'santuário' - ou 'incubadora' nas palavras de Erdogan - para "terroristas", referindo-se aos membros da guerrilha do PKK ativos na Turquia.
A União Europeia (UE) considera o PKK uma organização terrorista, mas não estende essa classificação às milícias curdo-sírias Unidades de Proteção do Povo (YPG), apoiadas pelos Estados Unidos e outros países, enquanto para a Turquia se trata da mesma entidade, devido aos estreitos laços entre ambas.
Além da Suécia e Finlândia, também a Noruega e República Checa, ambos membros da NATO, restringiram as exportações de armas para a Turquia, devido ao conflito contra o YPG na Síria.
Historicamente não-alinhados, Suécia e Finlândia há vários anos que colaboravam com a NATO, mas a invasão russa da Ucrânia levou os governos dos dois países a repensarem o seu posicionamento face à Aliança Atlântica.
A ofensiva militar lançada na madrugada de 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 14 milhões de pessoas de suas casas -- mais de oito milhões de deslocados internos e mais de 6,6 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
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