Suíça abre processo para devolver bens de um político ucraniano
O Conselho Federal da Suíça (Executivo) iniciou, esta quarta-feira os procedimentos para confiscar e devolver à Ucrânia bens de um político ucraniano próximo do antigo Presidente pró-russo Viktor Yanukovych, afastado em 2014.
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Mundo Rússia/Ucrânia
Desde então, a Suíça bloqueou mais de 100 milhões de francos suíços (mais de 97 milhões de euros) em bens pertencentes a Yuri Ivaniushchenko, que é acusado na Ucrânia de fuga de capitais e crime organizado, e embora os bens tenham sido reclamados durante anos por Kiev permaneceram congelados pelas autoridades suíças.
O Tribunal Administrativo Federal irá agora determinar se as condições para confiscar estes bens são apropriadas e, em caso afirmativo, serão entregues à Ucrânia, segundo um comunicado oficial.
"A Ucrânia enfrentou dificuldades na confiscação destes bens, e estas foram agravadas com o começo da guerra", afirma-se no comunicado, segundo o qual a medida não está ligada às sanções adotadas pela Suíça contra líderes e empresários russos ligados ao Kremlin, na sequência da invasão da Ucrânia pela Rússia.
Após o derrube de Viktot Yanukovych, a Rússia anexou a península ucraniana da Crimeia, e no mês seguinte, nas regiões orientais de Donetsk e Lugansk, houve uma insurreição pró-russa, acontecimentos que serviram de prólogo à atual invasão, que começou a 24 de fevereiro.
A ofensiva militar lançada na madrugada desse dia pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 14 milhões de pessoas de suas casas -- mais de oito milhões de deslocados internos e mais de 6,6 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Também segundo as Nações Unidas, cerca de 15 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.
A ONU confirmou esta quarta-feira que 3.974 civis morreram e 4.654 ficaram feridos na guerra, que esta quarta-feira entrou no seu 91.º dia, sublinhando que os números reais poderão ser muito superiores e só serão conhecidos quando houver acesso a cidades cercadas ou a zonas até agora sob intensos combates.
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