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Presidente de comissão parlamentar na Europa pede "autonomia estratégica"

O presidente da Comissão Parlamentar da Indústria, da Investigação e da Energia do Parlamento Europeu, Cristian-Silviu Busoi, defendeu hoje a necessidade de uma "autonomia estratégica", e que tal não deve passar pelo protecionismo.

Presidente de comissão parlamentar na Europa pede "autonomia estratégica"
Notícias ao Minuto

17:10 - 23/05/22 por Lusa

Mundo Parlamento Europeu

"Precisamos de uma autonomia estratégica, mas, ao mesmo tempo, tal não deve significar protecionismo, mas uma base industrial mais forte na União Europeia e precisamos de estar mais bem preparados para futuras ameaças", disse Busoi à comunicação social à margem de uma reunião com representantes da Confederação Empresarial de Portugal (CIP) e com a Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP), em Lisboa.

"Depois da pandemia, com o aumento dos preços da energia e com a guerra na Ucrânia após a invasão ilegal pela Rússia, o setor industrial está muito preocupado com os próximos meses e anos, e por isso é preciso dar as ferramentas necessárias", sublinhou o presidente da comissão e líder da delegação de eurodeputados que está em visita oficial a Lisboa até quarta-feira.

A posição foi defendida também pelo vice-presidente da CIP, Armindo Monteiro, que apontou que "a globalização não acabou" e que "as empresas não podem agora querer protecionismo", mas sim "estar na economia global".

"Este momento é o momento de sermos muito pragmáticos, sermos muito realistas, de percebermos que os desafios são grandes e que temos objetivos para alcançar e que estes não podem ser feitos de uma só vez", destacou Armindo Monteiro.

Armindo Monteiro referiu ainda que é necessário "proteger de forma igual a competição" entre as empresas.

"A competitividade das empresas tem de ser feita em igualdade de circunstâncias. Se as circunstâncias não forem as mesmas, não é possível. O Parlamento Europeu terá de, em articulação com as empresas, encontrar formas pragmáticas de alcançar este objetivo", vincou, defendendo que se a União Europeia quer ser um bloco económico forte, tal "não pode ser por decreto".

Sobre a reunião, Busoi disse que a comissão entende agora "um pouco melhor quais são os principais desafios do setor industrial em Portugal".

"Precisamos de ser realistas com o Pacto Ecológico Europeu, com a digitalização, com as novas estratégias, com o setor energético", afirmou, sublinhando a necessidade de se "falar com a indústria para se entender quais os problemas no terreno".

Questionado sobre as conclusões da Comissão Europeia, hoje divulgadas e que voltaram a colocar Portugal no grupo de Estados-membros que identifica como tendo "desequilíbrios macroeconómicos" devido "aos elevados níveis de dívida pública, privada e externa, num contexto de baixo crescimento da produtividade", Armindo Monteiro recebeu-as com "preocupação".

"As notícias não são boas. Percebemos, mas não podemos ficar depressivos. Estamos num momento muito particular, estamos numa recuperação pandémica fortíssima e aliada a crises de várias naturezas", apontou, referindo-se à guerra na Ucrânia e à crise energética.

Já sobre o Orçamento do Estado (OE), em discussão na especialidade, o vice-presidente da CIP sublinhou que este "não é amigo" das empresas ou do investimento e que a confederação empresarial apresentou um conjunto de alternativas.

"Achamos que o OE não é amigo das empresas, não é amigo do investimento e é importante que o OE inclua esta visão mais amiga das empresas e do investimento e perceba o momento em que estamos", lamentou.

"Estamos com uma guerra à porta de casa, estamos a tentar recuperar de um processo pandémico, estamos com desafios grandes a nível dos desafios digitais, a nível dos custos das matérias-primas, a nível do custo da energia. São desafios suficientes para que o principal instrumento de apoio às empresas e ao investimento de Portugal incorpore essas perspetivas, infelizmente até agora isso não aconteceu", concluiu o responsável.

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