"A nossa reação é negativa, vamos lutar e defenderemos os nossos bens", disse o porta-voz do Kremlin Dmitry Peskov no 'briefing' diário à imprensa, ao responder a uma pergunta sobre o arresto de bens russos e bielorrussos, avaliados em cerca de mil milhões de dólares na Ucrânia.
Segundo Peskov, a decisão das autoridades ucranianas é "a continuação de uma linha que se tornou recentemente a moda em vários estados, que é, de facto, uma linha para roubar os bens de outras pessoas".
O diretor do Gabinete de Segurança Económica da Ucrânia, Vadym Melnyk, colocou o montante total de bens russos e bielorrussos apreendidos no país até à data em 30 mil milhões de hryvnias, o que equivale a um pouco mais de mil milhões de dólares.
"Em primeiro lugar, estes bens não deveriam servir o país agressor. Em segundo lugar, devem pertencer à Ucrânia e beneficiar o nosso Estado", afirmou Melnyken, na rede social Facebook.
Em causa estão os direitos corporativos e ativos de uma empresa mineira de titânio, 17.800 vagões ferroviários, 1.625 dos quais carregados, bem como os ativos do oligarca russo Mikhail Fridman no Alfa-Bank, no valor de 12,4 mil milhões de hryvnias, ou seja, cerca de 420 milhões de dólares (aproximadamente 399 milhões de euros).
"Os vagões devem servir os caminhos-de-ferro ucranianos, os fundos devem ser utilizados para reconstruir as cidades destruídas e os automóveis devem ser transferidos para as Forças Armadas", sublinhou o funcionário ucraniano.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de três mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A ofensiva militar causou a fuga de mais de 14 milhões de pessoas, das quais mais de 6,3 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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