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Papa quer relatório anual sobre abusos de menores na Igreja

O papa Francisco pediu hoje à Pontifícia Comissão para a Tutela dos Menores que apresente anualmente um relatório sobre os casos de abusos dentro da Igreja Católica.

Papa quer relatório anual sobre abusos de menores na Igreja
Notícias ao Minuto

14:24 - 29/04/22 por Lusa

Mundo Abuso de menores

O documento deve conter também as iniciativas que estão a ser realizadas pela Igreja para prevenir estes abusos e indicar que mudanças são necessárias para que a autoridades competentes possam tomar medidas.

Francisco fez este pedido ao receber os membros da Pontifícia Comissão para a Tutela dos Menores, que o Papa mesmo instituiu em 2014, que hoje realiza a sua assembleia plenária.

A organização ganhará maior peso ao ser incluída no Dicastério para Doutrina da Fé, de acordo com a nova Constituição Apostólica "Praedicate Evangelium", que reorganiza a Cúria e que entrará em vigor em 05 de junho.

Ao receber os membros da Comissão, presidida pelo cardeal norte-americano Sean Patrick O'Malley, o papa assegurou que "a incidência de abuso de menores por parte do clero tem vindo a diminuir há vários anos, nas partes do mundo onde há dados e recursos confiáveis".

"Isso pode ser difícil no começo, mas peço que comecem onde for necessário para que possamos fornecer um relatório confiável sobre o que está a acontecer e o que precisa mudar para que as autoridades relevantes possam agir", pediu.

Para Francisco "este relatório será um fator de transparência e prestação de contas" e servirá para mostrar "os avanços neste compromisso".

"Se não houver progresso, os fiéis continuarão a perder a confiança nos seus pastores, tornando cada vez mais difícil anunciar e testemunhar o Evangelho", observou Francisco.

O papa também encorajou esta Comissão a ajudar as Conferências Episcopais a "criar centros especiais onde as pessoas abusadas e as suas famílias possam ser acolhidas, ouvidas e acompanhadas num caminho de cura e justiça".

Da mesma forma, destacou que as Conferências Episcopais "devem estabelecer as comissões e todos os meios para promover processos de atenção às pessoas abusadas e também aos abusadores", estudando como devem ser punidos.

"Temos que supervisionar isso", disse Papa.

No início do seu discurso, Francisco disse que "as crianças e pessoas vulneráveis estão hoje mais seguras" também graças ao compromisso da Igreja.

"Infelizmente, ainda existem situações em que a dignidade das crianças é ameaçada e isso deve dizer respeito a todos os fiéis e todas as pessoas de boa vontade", declarou.

"O abuso, em todas as suas formas, é inaceitável. O abuso sexual de crianças é particularmente grave porque ofende a vida que floresce. Em vez de florescer, a pessoa abusada fica ferida", disse Francisco.

Francisco exortou a Comissão a "trabalhar com diligência e coragem para dar a conhecer essas feridas".

O papa acrescentou que este é o caminho de cada um dos membros da Igreja, que são chamados "a assumir a responsabilidade de prevenir abusos e trabalhar por justiça e cura".

Vários especialistas e religiosos fazem parte desta comissão, como o padre jesuíta alemão e psicólogo Hans Zollner, o bispo auxiliar de Bogotá, Luis Manuel Alí Herrera e o chileno Juan Carlos Cruz, uma das três vítimas do padre Fernando Karadima.

Leia Também: Presidente da CEP considera "descabido" falar em encobrimento de abusos

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