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Rússia recrutou cerca de 20 mil mercenários para combater no Donbass

Mercenários do grupo Wagner presentes em África foram chamados no início da invasão para combater.

Rússia recrutou cerca de 20 mil mercenários para combater no Donbass
Notícias ao Minuto

19:30 - 19/04/22 por Notícias ao Minuto

Mundo Rússia

A Rússia mobilizou cerca de 20 mil mercenários de países como a Síria e a Líbia, onde as tropas russas têm combatido nas últimas guerras na região, para combater na renovada ofensiva no Donbass, a leste na Ucrânia.

Segundo o jornal britânico The Guardian, citando fontes militares europeias, estes mercenários foram recrutados para combater sem equipamento de proteção pesada ou veículos blindados.

A grande maioria destes homens terá sido mobilizada através do grupo Wagner, um exército privado armado com ligações ao Kremlin que tem sido usado para defender os interesses russos noutras regiões do mundo, especialmente no continente africano.

A fonte do jornal estima que estejam entre 10 mil a 20 mil soldados privados a combater nas regiões a leste na Ucrânia.

"O que posso dizer é que vimos algumas mobilizações destas áreas, Síria e Líbia, para o Donbass, e estes homens estão a ser usados principalmente como uma força contra a resistência ucraniana. São infantaria. Não têm equipamento pesado ou veículos", acrescentou a fonte europeia ao The Guardian.

Os mercenários do grupo Wagner, presentes na Ucrânia, servem para acelerar a tomada de cidades no Donbass, nomeadamente em Mariupol - juntamente com os militares da Chechénia. Várias agências de inteligência internacionais adiantaram no início do mês que o objetivo de Moscovo é fazer uma parada militar em Mariupol  no dia 9 de maio, dia em que, na Rússia, se assinala a vitória contra a Alemanha nazi na Segunda Guerra Mundial.

O grupo privado Wagner tem ganho notoriedade nos últimos anos, especialmente pelas suas ações militares em África. A milícia é responsável por proteger empresas petrolíferas e interesses russos em Cabo Delgado (Moçambique), no Mali, na Zâmbia, na República Centro Africana, entre outros países, entrando muitas vezes em confronto com extremistas islâmicos e forças locais.

É, aliás, no Mali, onde a presença do grupo se tornou mais preocupante para as autoridades europeias. O governo local optou por prescindir do apoio das forças armadas europeias, especialmente francesas, alemãs e dinamarquesas, para contar com o apoio dos russos.

Este apoio já ganhou contornos polémicos quando, no final de março, foram vistos militares russos no massacre em Moura, no Mali, que matou cerca de 200 pessoas. O Mali alega ter morto apenas terroristas islâmicos e o Kremlin felicitou a "vitória", mas a Organização das Nações Unidas acusa o país e a Rússia de travarem investigações às mortes.

Moscovo continua a negar qualquer relação formal com a milícia, apesar da afinidade entre Putin e o oligarca proprietário do grupo, Yevgeny Prigozhin. Os serviços oficiais fornecidos pelo grupo Wagner são de manutenção e formação militar.

No início da guerra na Ucrânia, uma reportagem do The Times dava conta da presença de militares do grupo Wagner na Ucrânia, a combater ao lado de tropas russas, com o objetivo de assassinar o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

Segundo os dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, a guerra na Ucrânia já fez mais de 2.000 mortos entre a população civil, mas a agência da ONU alerta que o número de mortos poderá ser muito superior depois de contabilizadas as vítimas em cidades sitiadas e muito bombardeadas pelos russos.

Leia Também: Grupo Wagner na Ucrânia? Sinal "preocupante", mas também de "fragilidade"

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