Compra de Viagra pelas Forças Armadas? Bolsonaro critica polémica
Especialistas dizem que dose dos medicamentos adquiridos não é a recomendada para tratar a hipertensão, como é justificado, mas sim a disfunção erétil.
© Getty Images
Mundo Brasil
O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, desvalorizou, esta quarta-feira, a polémica em torno da aquisição de mais de 35 mil doses de Viagra pelas Forças Armadas do país e criticou a imprensa por noticiar o caso, referindo que o medicamento, utilizado sobretudo para tratar disfunção erétil, serve para combater a hipertensão arterial.
Recorde-se que, esta semana, os deputados federais do Brasil solicitaram ao Ministério Público que investigue a aquisição dos comprimidos. “Precisamos entender por que o governo Bolsonaro está a gastar dinheiro público para comprar Viagra e nessa quantidade tão alta”, disse Elias Vaz, do Partido Socialista Brasileiro.
O Ministério da Defesa reagiu e justificou que o medicamente serve também para tratar problemas de hipertensão: "A aquisição de sildenafila [nome técnico do Viagra] visa o tratamento de pacientes com Hipertensão Arterial Pulmonar (HAP)”, informaram, em comunicado.
Bolsonaro critica a polémica gerada em torno do tema e reforça a posição do governo brasileiro já comunicada.
“As Forças Armadas compram o Viagra para combater a hipertensão arterial e, também, as doenças reumatológicas. Foram trinta e poucos mil comprimidos para o Exército, 10 mil para a Marinha e eu não peguei da Aeronáutica, mas deve perfazer o valor de 50 mil comprimidos. Com todo o respeito, isso é nada... A quantidade para o efetivo das três Forças, obviamente, muito mais usado pelos inativos e pensionistas”, disse o presidente, citado pelo G1.
O processo prevê a aquisição de milhares de comprimidos de 25 mg e de 50 mg de Viagra. Segundo o G1, que ouviu especialistas, a doença é incomum e as doses dos medicamentos comprados são as indicadas para disfunção erétil, não hipertensão.
O site brasileiro diz que tentou saber quantos militares sofrem de hipertensão, mas que as Forças Armadas disseram não ter esses dados.
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