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ONG dos EUA apresentam queixa contra publicidade de fabricantes de armas

Um grupo de organizações apresentou hoje uma ação judicial à Autoridade da Concorrência dos Estados Unidos (FTC), pedindo que regulasse as práticas publicitárias "ilegais e enganosas" dos vendedores de armas, à semelhança da indústria do tabaco.

ONG dos EUA apresentam queixa contra publicidade de fabricantes de armas
Notícias ao Minuto

17:40 - 07/04/22 por Lusa

Mundo EUA

"A inação da FTC permitiu à indústria de armas utilizar décadas de práticas publicitárias desleais e enganosas para vender armas letais a cidadãos norte-americanas, que foram falsamente levados a acreditar que a posse de armas é uma forma segura de proteger as suas casas e as suas famílias", escreveram as organizações.

O texto é apoiado pelas organizações não-governamentais Brady, o Centro de Lei Giffords e o movimento March of Our Lives ("Marcha das Nossas Vidas"), agrupados no seio da Coligação FACT.

Este coletivo denuncia anúncios de fabricantes de armas de fogo como a Smith & Wesson, Remington, Glock ou Ruger, que apresentam os seus produtos como instrumentos de defesa eficazes.

Os 'slogans' para esse efeito são divulgados nas redes sociais (Facebook, Instagram, YouTube), onde algumas destas empresas têm vários milhões de subscritores.

Os signatários do pedido à FTC salientam que "o número de mortes relacionadas com armas nos Estados Unidos aumentou drasticamente enquanto a indústria de armas fez milhões de dólares ao difundir esta mensagem injusta e enganosa".

Segundo a organização Arquivo da Violência Armada, em 2021 houve 44.973 mortes nos EUA devido a violência com armas de fogo, mais de metade das quais foram suicídios.

A organização Brady, de combate à violência armada, já tinha abordado a FTC em fevereiro de 1996 sobre as práticas publicitárias dos fabricantes de armas norte-americanos, mas na altura o regulador "não tomou qualquer medida", lamentaram as organizações.

Agora, pedem à agência que se inspire nas medidas postas em prática para regular os métodos utilizados pela indústria do tabaco ou, mais recentemente, os da indústria do canabidiol (CBD) ou do cigarro eletrónico, que visam alertar para os riscos para a saúde dos produtos comercializados.

Ao mesmo tempo, esperam obter apoio da administração do Presidente norte-americano, Joe Biden, que indicou que pretende apertar a comercialização dos fabricantes de armas de fogo.

Em fevereiro, a Remington concordou em pagar 73 milhões de dólares (67 milhões de euros) em compensações às famílias de nove vítimas do tiroteio na escola primária Sandy Hook, em 2012, uma decisão que Biden qualificou como "acordo histórico".

"Isto assinala o início do processo necessário para responsabilizar os fabricantes de armas que irresponsavelmente fabricam e comercializam armas de guerra", indicou na altura o chefe da Casa Branca.

A agência France-Press questionou a FTC sobre o que pretende fazer com o pedido, mas a agência recusou-se a comentar.

Leia Também: Kremlin diz que envio de armas dos EUA "não contribuirá" para negociações

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