Moscovo não "procura mudança de regime" na Ucrânia
Acredita-se que o argumento de “desnazificação” da Ucrânia utilizado por Moscovo tem como objetivo mudar o governo ucraniano.
© REUTERS/Alexander Ermochenko
Mundo Rússia/Ucrânia
A Rússia não está à procura de uma “mudança de regime” na Ucrânia, garantiu o o secretário do Conselho de Segurança russo, Nikolai Patrushev.
Segundo a Sky News, que cita a agência de notícias Interfax, Patrushev disse ainda que as acusações dos países Ocidentais de que é esse o objetivo da invasão russa à Ucrânia são imprecisas.
"A operação militar especial em curso foi apenas uma resposta aos passos criminosos de Kyiv em direção a essas repúblicas (separatistas pró-Rússia de Donetsk e Luhansk), uma medida oportuna e preventiva", disse Patrushev durante uma reunião com o seu colega argelino, Nureddin Makri.
"Foram encontrados documentos com provas de que Kyiv estava a preparar um ataque em grande escala e pretendia destruí-las", disse Patrushev, referindo-se a uma informação que o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, descreveu no domingo como sendo "falsa".
"Portanto, o objetivo da nossa operação especial na Ucrânia não é a mudança de regime em Kiev, como estão a tentar apresentar junto do Ocidente, mas a proteção das pessoas contra o genocídio, a desmilitarização e a desnazificação da Ucrânia", acrescentou Patrushev.
Recorde-se que a Rússia e a Ucrânia continuam sem chegar a um acordo. O governo russo aterrou hoje em Istambul para mais uma ronda de negociações em modelo presencial.
Na sexta-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, disse que não há qualquer “consenso” com Moscovo nesta fase das conversações.
Vladimir Medinsky, negociador-chefe de Moscovo, diz que as exigências da Rússia têm em conta a neutralidade, desmilitarização e “desnazificação” da Ucrânia - vista como um argumento para a mudança de regime - , além do reconhecimento da soberania russa da Crimeia e da independência das duas repúblicas separatistas do Donbass.
A invasão russa à Ucrânia já provocou, segundo a ONU, a morte de pelo menos 1.119 civis, incluindo 139 crianças, e feriu 1.790.
[Notícia atualizada às 16h59]
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