Timor-Leste. Eleitores dizem não estar em cadernos de centros paralelos

Vários eleitores denunciaram hoje que os seus nomes não estão nos cadernos eleitorais nos novos centros paralelos de votação em Díli, criados para quem não podem votar onde está recenseado, apesar de alegadamente se terem registado.

Timor-Leste/Eleições: Eleitores queixam-se de não estar em cadernos de centros paralelos

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Lusa
19/03/2022 06:38 ‧ 19/03/2022 por Lusa

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"Eu foi registar-me no suco [divisão administrativa], depois no STAE [Secretariado Técnico de Administração Eleitoral], que assinou e carimbou, mas depois quando vim votar o meu nome não estava nas listas. E há assim muitas pessoas como eu, que vieram aqui e não estão nas listas", contou à Lusa Libânia Martins da Cruz, à porta do centro paralelo de votação, instalado no ginásio de Díli.

Martins da Cruz disse que no seu grupo havia "cerca de 10 pessoas" na mesma situação, apesar de terem registado a sua vontade de votar na capital em vez de viajar para os municípios junto dos chefes de suco.

À Lusa mostrou formulários de registo no centro de votação paralelo, no qual justifica o pedido com base na "vida particular", e que está assinado por um 'brigadista' (um funcionário do STAE) e datado de 01 de março.

Instado a comentar a situação, o diretor-geral do STAE, Acilino Manuel Branco, recordou que os procedimentos de acesso aos centros paralelos estão definidos por lei, aprovada em janeiro.

Alguns dos casos de que o STAE já tem conhecimento, frisou, não cumprem os requisitos exigidos, nomeadamente por não terem concluído o processo até ao registo final.

"Em Díli, tem havido questões sobre os centros paralelos, onde temos 4.030 eleitores registados, estudantes e outros cidadãos registados no prazo previsto e através de canais definidos, como chefes de suco, universidades ou Comissão da Função Pública", referiu Manuel Branco.

"Se alguém não conseguiu votar deve-se a outra situação, por exemplo, alguém que iniciou o processo, obtendo o registo no chefe de suco, sem se registar no STAE, e que tentaram ir votar apenas com a declaração inicial", afirmou.

O formulário deveria ter sido apresentado no STAE em cada posto administrativo de Díli e, depois, os dados canalizados para o STAE, que registou os nomes nos cadernos dos centros paralelos.

"O que deveria ter sido feito era apresentar o justificativo, preencher uma declaração que tem que depois ser entregue no centro e não usar essa declaração para ir votar", epxlicou Manuel Branco.

O diretor-geral do STAE frisou que a votação está a decorrer, de forma geral, com normalidade.

"Hoje de manhã todos os centros de votação abriram com normalidade, incluindo alguns dos centros na diáspora, nomeadamente na Austrália e na Coreia do Sul, respeitando todos os procedimentos", afirmou à Lusa.

"Até agora ainda não recebemos informação de qualquer problema sério em qualquer ponto do país", explicou Manuel Branco.

A registar, disse, está a situação num centro de votação do posto administrativo de Same, no município de Manufai, onde "acabaram os boletins de voto e foram mobilizados boletins de votos de centros próximos para que possa continuar a votação".

Entretanto, o comandante da Polícia Nacional de Timor-Leste, Henrique da Costa, confirmou à Lusa que um cidadão foi detido hoje, no centro paralelo em Becora, quando terá tentado votar com um cartão eleitoral de outro cidadão.

"O cidadão foi detido e levado para a esquadra. Vamos contactar a procuradoria-geral e levar a cabo uma investigação", disse à Lusa.

Sobre este caso, Manuel Branco recordou que cabe aos responsáveis pelos centros de votação garantir que se cumprem os critérios e procedimentos.

"Os nossos brigadistas, funcionários eleitorais, foram bem treinados e são eles os responsáveis máximos em cada centro de votação. Eles cumprem as leis e procedimentos, e quem não respeitar cabe aos responsáveis dos centros resolver", disse.

"Coordenam com a segurança caso haja alguma perturbação, contactam com a PNTL que atua. Vamos esperar agora a investigação sobre este caso", disse o diretor-geral do STAE.

Um total de 859.613 eleitores são chamados hoje a escolher o próximo Presidente timorense, entre 16 candidatos, o maior número de sempre. As urnas abriram hoje às 07:00 locais (22:00 de sexta-feira em Lisboa) para uma votação que se prolonga por oito horas.

Leia Também: Timor-Leste/Eleições: Urnas abrem para maiores presidenciais de sempre

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