Ex-secretário de Estado norte-americano Mike Pompeo vai visitar Taiwan
O ex-secretário de Estado norte-americano Mike Pompeo vai visitar Taiwan, na próxima semana, onde reunirá com a líder do território, Tsai Ing-wen, anunciou hoje o governo da ilha.
© Getty Images
Mundo Mike Pompeo
Pompeo, que desempenhou o cargo de secretário de Estado, entre 2018 e janeiro do ano passado, na administração de Donald Trump, é um forte crítico do Partido Comunista Chinês, e trabalhou em prol de aproximar Washington de Taipé, pelo que a viagem deverá despertar a ira de Pequim.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros de Taiwan disse que, entre 3 e 5 de março, Pompeo e a sua esposa vão visitar a ilha, que a China reivindica como uma província sua, apesar de funcionar como uma entidade política soberana.
Pompeo vai também reunir com o ministro dos Negócios Estrangeiro de Taiwan, Joseph Wu, e fazer um discurso numa unidade de investigação ("think-tank") local.
"O ex-secretário de Estado Pompeo é um amigo leal e de longo prazo de Taiwan e fez contribuições extraordinárias para promover a relação Taiwan -- EUA durante o seu mandato", disse o ministério, em comunicado.
A sua visita mostra o apoio bipartidário "sólido como uma rocha" dos EUA a Taiwan, e a estreita amizade Taiwan - EUA, acrescentou.
O governo de Trump apoiou Taiwan, apesar da ausência de laços diplomáticos formais, incluindo através da venda de armamento e visitas de altos funcionários dos EUA a Taipé.
Os laços calorosos contrastaram com a postura mais agressiva em relação à China.
A relação entre os dois países foi abalada por questões de comércio e direitos humanos.
Pompeo irritou Pequim particularmente com os seus ataques ao Partido Comunista, que ele designou como a "grande ameaça dos nossos tempos".
O ex-secretário de Estado acusou o Partido Comunista Chinês de práticas "predatórias", menos de duas semanas antes de deixar o cargo, em janeiro de 2021, e anunciou o fim das restrições então vigentes no Departamento de Estado sobre contactos oficiais entre EUA e Taiwan.
"O governo dos Estados Unidos tomou essas ações unilateralmente, na tentativa de apaziguar o regime comunista em Pequim", disse. "Isso deixa de vigorar a partir de agora", apontou então.
A imprensa estatal chinesa acusou Pompeo de "procurar maliciosamente infligir uma cicatriz duradoura nos laços China -- EUA".
A China intensificou a sua pressão militar e diplomática contra Taiwan desde que Tsai assumiu o cargo, em 2016.
O governo de Taiwan diz que quer a paz, mas que se defenderá se for atacado, e que apenas o povo da ilha tem o direito de decidir sobre o seu futuro.
China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, altura em que o antigo governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, após a derrota na guerra civil frente aos comunistas.
Pequim condena qualquer contacto oficial com a ilha e ameaça a reunificação através da força, caso seja necessário.
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