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Borrell. Europa tem que responder às necessidade urgentes de África

O chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, sublinhou hoje, num debate com os eurodeputados, que a agenda europeia não deve ser imposta em África, mas sim responder às necessidades urgentes deste continente.

Borrell. Europa tem que responder às necessidade urgentes de África
Notícias ao Minuto

16:41 - 15/02/22 por Lusa

Mundo Borrell

"Temos que tentar evitar o erro de que podemos impor a nossa agenda em África", disse Borrell, num debate sobre a cimeira UE/África, que decorre em Bruxelas na quinta e sexta-feira.

"Temos que saber quais são as realidades imediatas e as limitações de curto-prazo que enfrentam uma imensa maioria dos africanos", salientou o alto representante da UE para a Política Externa.

Como exemplo, Borrell abordou a questão da baixa taxa de vacinação no continente, esclarecendo que se deve principalmente a problemas logísticos: "Muitas vezes não é a falta de vacinas, mas a falta de capacidade de vacinar".

O chefe da diplomacia europeia sublinhou ainda que não se pode falar de África como se fosse um país.

"África não é um país, é um continente tão grande que nele cabem os Estados Unidos, México, China, Japão, Índia e Europa juntos, temos que ter muito presente a imensa diversidade de África".

O continente africano, lembrou, tem 54 países, dois mil idiomas, uma imensa oportunidade e um enorme conjunto de problemas, que a cimeira UE/África tem como objetivo abordar.

Josep Borrell destacou ainda que "metade da população africana não tem acesso a eletricidade e vive uma luta diária para acesso a água" e 60% da população tem menos de 25 anos.

No debate, o eurodeputado Paulo Rangel (PSD) abordou a situação em Moçambique, concretamente a situação no norte, "que poderia ser uma boa escola para a cooperação entre a Europa e a África", fundamental para o bloco europeu, mas onde a China "já está a entrar nesta parceria e a tirar o lugar da nossa missão no contexto de Cabo Delgado", palco de ataques armados desde 2017.

Por seu lado, Carlos Zorrinho (PS) considerou a cimeira como "um momento determinante" e a base do reforço de "uma parceria forte, entre iguais, focada nos resultados e na qualidade de vida dos povos".

O eurodeputado João Pimenta Lopes (PCP) considerou que a UE "olha para o continente africano como um tabuleiro geoestratégico onde se discutem recursos, mercados e zonas de influência".

A VI cimeira União Africana-União Europeia realiza-se na quinta-feira e na sexta-feira em Bruxelas, com a presença dos chefes de Estado ou de Governo dos países pertencentes às duas organizações, e pretende estabelecer as bases de uma parceria renovada.

O primeiro-ministro, António Costa, que representa Portugal na reunião, copresidirá à mesa-redonda "Educação, Cultura, formação profissional, migração e mobilidade" e intervirá também na mesa "Paz, segurança e governança".

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