Irão condena cidadão francês a oito anos de prisão por espionagem

As organizações não-governamentais acusam o Irão de criar presos políticos para ter mais trunfos antes de negociar um novo acordo nuclear.

Irão, bandeira, bandeira do Irão

© Reuters

Notícias ao Minuto, com Lusa
25/01/2022 16:01 ‧ 25/01/2022 por Notícias ao Minuto, com Lusa

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Um cidadão francês foi condenado esta terça-feira a mais de oito anos de prisão por um tribunal iraniano, acusado de espionagem contra o Irão. Benjamin Briere está detido no Irão desde maio de 2020.

O advogado do francês considerou à agência Reuters que o julgamento foi muito enviesado e que o processo teve contornos políticos.

"Benjamin Briere obviamente não teve - nunca teve - qualquer forma de julgamento justo perante juízes imparciais", disse o advogado Philippe Valent, num comunicado citado pela Reuters, informando que o arguido não pode ver o seu ficheiro nem preparar-se para o julgamento.

Briere foi acusado de espionagem e de criar propaganda contra o país, depois de ter sido detido por tirar fotos com uma câmara montada num drone, junto à fronteira entre o Irão e o Turquemenistão.

Segundo Philippe Valent, o francês está a fazer greve de fome desde dezembro e a sua família "está alarmada com a sua saúde física e psicológica". O advogado acrescenta um pedido para que as autoridades francesas intervenham.

Briere não é o primeiro cidadão estrangeiro a ser acusado de espionagem no Irão. A administração de Donald Trump, nos Estados Unidos da América, rasgou, em 2018, o acordo diplomático para a monitorização do arsenal nuclear do Irão; desde então, os parceiros europeus que faziam parte do acordo acusam o país do Médio Oriente de prender cidadãos estrangeiros de forma a ter mais força na mesa de negociações, antes de ser assinado um novo acordo.

Ainda esta terça-feira, o marido de uma proeminente ativista iraniana disse que ela foi condenada a mais de oito anos de prisão.

Em Paris, onde está baseado, Taghi Rahmani publicou na rede social Twitter que a sua esposa, Narges Mohammadi, foi julgada em cinco minutos e condenada a prisão e 70 chicotadas, estando ainda proibida de comunicar e sem acesso a advogados, depois de na semana passada ter sido enviada para a prisão de Gharchak, perto de Teerão.

As autoridades prenderam Mohammadi em novembro, depois de ter estado num evento em memória de uma vítima das manifestações violentas de 2019.

O marido indicou que Mohammadi foi acusada de "espionagem para a Arábia Saudita".

A ativista dos direitos humanos tem uma longa história de detenções, sentenças severas e pedidos internacionais de revisão do seu caso.

Em maio, a União Europeia apelou ao Irão para reconsiderar a sentença de 30 meses de prisão e 80 chicotadas sob a acusação de protestar contra o assassínio de manifestantes durante os protestos de 2019.

Mohammadi foi vice-presidente do Centro dos Defensores dos Direitos Humanos do Irão, entretanto proibido, e é próxima da laureada com o Prémio Nobel da Paz Shinri Ebadi, que fundou o centro.

Em 2018, Mohammadi, que é engenheira, foi galardoada com o prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento, atribuído pelo Parlamento Europeu.

Leia Também: Irão admite negociar acordo diretamente com os Estados Unidos

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