"Se todas as licenças não forem concedidas até amanhã (sexta-feira) à noite, a França vai solicitar a reunião do conselho de parceria", disse Girardin, referindo-se ao prazo fixado por Bruxelas para a resolução das disputas de pesca.
Paris tenta assim garantir a aplicação do acordo pós-'Brexit' e vai pedir uma reunião do conselho europeu de parceria "para constatar o não respeito da sua assinatura pelo Reino Unido", nas palavras da ministra francesa.
"É aqui também que podem ser decididas as sanções. (...) É a Comissão (Europeia) que acionará o contencioso e as medidas de retaliação, caso venham a ser implementadas", explicou Girardin.
"Obtivemos 1.004 licenças e ainda estamos à espera de 94. Isto não é um pormenor, é uma questão essencial: trata-se de pescadores, famílias. Um trabalho no mar significa quatro empregos em terra", acrescentou a ministra perante a comissão de assuntos europeus do Senado francês.
Ao abrigo do acordo do 'Brexit', assinado no final de 2020 entre Londres e Bruxelas, os pescadores europeus podem continuar a trabalhar nas águas britânicas, desde que provem que lá estiveram a pescar anteriormente.
Contudo, franceses e britânicos ainda não se entenderam sobre a natureza e a extensão dos documentos comprovativos a serem fornecidos.
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