"A elevada afluência às urnas mostra o empenho do povo da Gâmbia no caminho democrático que tem seguido desde dezembro de 2016", disse, numa declaração, a porta-voz do alto representante da União Europeia para a Política Externa, Josep Borrell.
Os resultados eleitorais foram rejeitados, horas antes do anúncio dos resultados finais, pela oposição, que manifestou a sua preocupação com o "atraso excessivo" no seu anúncio e assegurou que se reserva "o direito de tomar quaisquer medidas que a situação exija".
Contudo, instaram "todos os gambianos a permanecerem calmos e pacíficos".
A mesma fonte europeia disse esperar que "todos os candidatos atuem de boa fé" e instou todos a respeitarem o Estado de Direito e a utilizarem os procedimentos legais disponíveis, "se o considerarem necessário", para contestar os resultados eleitorais.
A União Europeia enviou uma missão de observação a estas eleições que, numa declaração na segunda-feira, apontou as áreas onde seriam necessárias reformas.
"Aguardamos com expectativa o seu relatório final, que será tornado público no final do processo, incluindo recomendações para futuros processos eleitorais", disse a mesma representante da diplomacia europeia.
A UE salientou que espera continuar a sua "estreita cooperação" com a Gâmbia na via das reformas democráticas e da reconciliação nacional.
Barrow obteve a maioria dos votos em 45 dos 53 círculos eleitorais do país, cimentando a sua liderança da Gâmbia para um segundo mandato.
Mais de 950.000 gambianos foram chamados às urnas em cerca de 1.500 mesas de voto, numa votação que foi "muito pacífica e ordeira" e na qual os cidadãos se manifestaram "em grande número", de acordo com a Comissão Eleitoral Independente.
Barrow irá liderar a Gâmbia por mais cinco anos.
Em dezembro de 2016 derrotou o antigo presidente Yahya Jammeh com 43,29% dos votos.
Jammeh governou o pequeno país africano durante 22 anos com um punho de ferro e o seu regime caracterizou-se por graves violações dos direitos humanos, incluindo desaparecimentos forçados, tortura e execuções extrajudiciais de estudantes, ativistas, opositores e funcionários públicos.
A comissão que avaliou os crimes durante esse período pediu que os responsáveis sejam levados à justiça, mas Barrow ainda não se comprometeu sobre esta matéria.
Leia Também: Presidente reeleito da Gâmbia compromete-se a limitar mandatos