Gâmbia. Candidato derrotado apela à calma e admite recorrer aos tribunais

O principal opositor do Presidente eleito da Gâmbia ameaçou hoje ir a tribunal para contestar os resultados das eleições, mas pediu aos apoiantes para se manterem calmos, lembrando o aproximar da época natalícia.

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Lusa
06/12/2021 20:40 ‧ 06/12/2021 por Lusa

Mundo

Gâmbia

Ousainou Darboe, um advogado e ativista dos direitos humanos, de 73 anos, pediu às dezenas de apoiantes que estavam no exterior da sua casa, na capital do país, para dispersarem.

"Se os nossos advogados nos fornecerem provas, iremos a tribunal", disse o candidato, apelando à calma entre os apoiantes.

"Apelo aqui à contenção, este é um país pacífico e não quero ver comportamentos violentos por parte de ninguém", avisou, explicando que o país está no meio da estação turística e que não queria ver violência que pudesse afastar os turistas.

O Presidente da Gâmbia, Adama Barrow, foi declarado vencedor das eleições presidenciais de sábado, segundo a comissão eleitoral, que lhe atribuiu 53%, contra 27,7% a Darboe.

Numa declaração à imprensa, o presidente da comissão eleitoral, Alieu Momarr Njai, anunciou que Adama Barrow foi eleito "para servir como Presidente da República da Gâmbia", num segundo mandato de cinco anos.

As eleições decorreram no sábado, quando cerca de um milhão de eleitores - de uma população de dois milhões - foi chamado às urnas para votar entre seis candidatos.

Estas eleições foram consideradas cruciais para uma jovem democracia que procura superar um passado ditatorial recente e os efeitos da covid-19 sobre uma economia muito frágil.

Quando venceu as eleições no primeiro mandato, Adama Barrow, 56 anos, antigo promotor imobiliário, derrotou Yahya Jammeh, um ditador que durante mais de vinte anos conduziu um governo caracterizado por inúmeras atrocidades cometidas pelo Estado, nomeadamente assassinatos, desaparecimentos forçados, violações e tortura.

Jammeh, que se recusou a reconhecer a derrota eleitoral, foi forçado ao exílio na Guiné Equatorial, onde ainda vive, sob a pressão de uma intervenção militar da África Ocidental.

A possibilidade de Yahya Jammeh vir a ser responsabilizado por crimes que lhe foram atribuídos e aos seus agentes entre 1994 e 2016 - assassinatos, desaparecimentos forçados, atos de tortura, detenções arbitrárias, violações - foi uma das principais questões em jogo nestas eleições, a par da crise económica.

Leia Também: Presidente da Gâmbia reeleito para segundo mandato

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