Rússia avisa Ucrânia e Ocidente: Não devem ultrapassar "linhas vermelhas"
A Rússia acusou hoje a Ucrânia e o Ocidente de ameaçarem a sua segurança e avisou que há "linhas vermelhas" que não devem ser ultrapassadas, numa altura de tensões em Kiev por receio de uma invasão russa.
© Getty Imagens
Mundo Rússia
Falando num fórum de investidores em Moscovo, o Presidente russo, Vladimir Putin, abordou a questão das tropas destacadas na fronteira ucraniana, o que está a causar grande preocupação no Ocidente.
Questionado sobre as intenções de Moscovo, Putin assegurou que "não se trata de intervir ou não, de lutar ou não".
"Trata-se de reparar os laços" com Kiev, que têm estado na fase mais baixa desde 2014, disse, citado pela agência de notícias France-Presse (AFP).
"Se nos esforçarmos sinceramente para o conseguir, então ninguém se sentirá ameaçado", acrescentou.
Os comentários de Putin seguem-se a um apelo feito na segunda-feira pela Ucrânia aos seus aliados ocidentais para agirem rapidamente e dissuadir a Rússia, que tem negado a intenção de invadir o país.
Na sequência do apelo, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, garantiu hoje que qualquer nova agressão da Rússia contra a Ucrânia provocará uma "resposta séria" por parte dos aliados.
"Qualquer escalada por parte da Rússia seria de grande preocupação para os Estados Unidos e também para a Letónia e qualquer nova agressão teria consequências sérias", disse Blinken, durante uma conferência de imprensa conjunta com o seu homólogo da Letónia, Edgars Rinkevics, à margem de uma reunião ministerial da NATO em Riga, a decorrer na capital letã até quarta-feira.
Blinken não quis dar mais esclarecimentos sobre a natureza de um possível risco de aumento de conflito nas fronteiras da Ucrânia, alegando que primeiro precisa de consultar os aliados dos Estados Unidos no seio da NATO.
A Rússia acusou o Ocidente e a Aliança Atlântica de realizarem exercícios militares perto das suas fronteiras.
As autoridades russas também acusaram a Ucrânia de querer adquirir armas ocidentais.
O atual nível de tensão entre Moscovo e Kiev é idêntico ao da crise de abril deste ano, quando a Rússia enviou dezenas de milhares de tropas para as fronteiras da Ucrânia para "exercícios militares" em resposta a "atividades ameaçadoras" da NATO.
Após semanas de tensão, Moscovo acabou por retirar as suas tropas da fronteira.
Mais categórico do que Vladimir Putin, o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, denunciou hoje a "ameaça direta" colocada pela Ucrânia.
"Não podemos excluir que o regime de Kiev possa embarcar numa aventura militar", disse Lavrov numa conferência de imprensa.
"Se o Ocidente não for capaz de dissuadir a Ucrânia, mas em vez disso tentar encorajá-la, então tomaremos todas as medidas necessárias para garantir a nossa segurança", acrescentou, citado pela AFP.
A Rússia e a Ucrânia estão à beira de um conflito desde que as forças pró-ocidentais tomaram o poder em Kiev em 2014, a que se seguiu a anexação da Crimeia por Moscovo e um conflito no leste entre forças ucranianas e separatistas pró-russos.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com