UE pretende continuar conversações com talibãs após reunião no Qatar

A União Europeia (UE) afirmou hoje que continuará a dialogar com os talibãs para garantir o acesso à ajuda humanitária no Afeganistão, após o encontro de uma delegação europeia com o regime radical neste fim de semana no Qatar.

Nabila Massrali

© Getty

Lusa
29/11/2021 16:02 ‧ 29/11/2021 por Lusa

Mundo

Afeganistão

 

"dummyPub">

"A ideia é continuarmos as conversações (...) para sermos capazes de garantir que podemos oferecer o máximo de acesso de ajuda humanitária ao Afeganistão", disse a porta-voz do Serviço Europeu para a Ação Externa (SEAE), Nabila Massrali, numa conferência de imprensa.

A porta-voz também acrescentou que a UE voltará a estar presente no Afeganistão com um escritório em Cabul "quando as medidas de segurança forem apropriadas".

Esta afirmação difere da versão prestada, após a reunião no domingo, pelo principal porta-voz dos talibãs, Zabiullah Mujahid, que assegurou que a delegação europeia "prometeu a continuação da presença de um gabinete humanitário da UE em Cabul para prestar assistência humanitária".

Através de um comunicado, a UE também deu a conhecer a sua versão do encontro de domingo, tendo assegurado que nem a possibilidade de reabertura de um escritório em Cabul nem a reunião deste fim de semana representam um reconhecimento do bloco comunitário do Governo talibã, no poder desde agosto passado e que não inclui mulheres ou elementos de minorias, contrariando os apelos de Bruxelas.

O SEAE recordou que a ajuda ao desenvolvimento da UE ao Afeganistão ainda se encontra suspensa, mas manifestou a sua "vontade de considerar a possibilidade de prestar uma assistência financeira substancial em benefício direto do povo afegão", canalizada "exclusivamente" através de organizações internacionais e organizações não-governamentais (ONG).

Segundo a UE, os talibãs garantiram a passagem segura para estrangeiros e afegãos que queiram deixar o país.

Garantir a saída dos europeus e estudar como aliviar a crise humanitária que os afegãos vivem são dois dos principais objetivos dos países da UE desde que as tropas dos Estados Unidos deixaram o Afeganistão em 31 de agosto, após vinte anos de presença.

A crise humanitária afegã começou a atingir níveis sem precedentes depois da chegada dos talibãs ao poder, em 15 de agosto, em resultado das sanções económicas internacionais e dos Estados Unidos para impedir o acesso dos líderes islamitas, alguns dos quais considerados ameaças globais, ao sistema financeiro internacional.

A banca e os serviços financeiros internacionais congelaram de imediato as reservas e os fundos destinados a manter em funcionamento o sistema sanitário e a distribuição de ajuda humanitária ao Afeganistão, devastado por décadas de conflito.

Leia Também: Afeganistão: Falta de segurança está a paralisar obras do gasoduto TAPI

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas