Grécia, Egito e Chipre alargam cooperação e criticam Turquia
Grécia, Egito e Chipre reafirmaram hoje, em Atenas, a determinação em ampliar a cooperação no setor de energia e, num comunicado conjunto, convidaram a Turquia a evitar provocações.
© Reuters
Mundo Crise/Energia
O primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, o Presidente egípcio, Abdelfatah al-Sisi, e o Presidente cipriota, Nikos Anastasiadis, também assinaram um memorando para a ligação das redes elétricas dos três países, nesta que foi a sua nona cimeira tripartida.
"A energia cria uma ponte entre o Egito e a Europa. (...) Num momento em que queremos expandir as fontes de energia, o Egito pode fornecer eletricidade a partir da energia solar", sublinhou Mitsotakis.
O Presidente egípcio destacou a importância das redes elétricas entre Egito e a Europa e enfatizou a necessidade de construir um gasoduto que transporte gás desde a Zona Económica Exclusiva (ZEE) cipriota até às centrais do seu país.
Os três líderes também afirmaram que a sua cooperação respeita o Direito Marítimo Internacional e, na sua declaração conjunta, criticaram a Turquia por "investigações sísmicas e perfurações ilegais na ZEE cipriota" e por "contínuas violações do espaço aéreo das águas territoriais da Grécia".
Enquanto Mitsotakis e Anastasiadis sublinharam que as ações da Turquia "constituem um perigo para a paz", o Presidente egípcio acusou veladamente aquele país de ameaçar a integridade territorial da Síria e de tentar mudar a composição demográfica do país.
Anastasiadis, por sua vez, denunciou a intransigência da Turquia e da comunidade cipriota turca e rejeitou a criação de dois Estados cipriotas soberanos, conforme foi proposto pela Turquia e pela autoproclamada República Turca de Chipre do Norte.
Na declaração conjunta, os três líderes também reiteraram o seu apoio à criação de um Estado palestiniano, de acordo com as fronteiras definidas em 1967, com Jerusalém Oriental como capital e convidaram a Etiópia a negociar a gestão das águas do Rio Nilo com o Egito.
Os três líderes expressaram ainda o seu apoio aos esforços das Nações Unidas para uma solução pacífica na Síria, afirmaram a importância das eleições na Líbia - marcadas para 24 de dezembro - e destacaram a importância de todas as forças militares, incluindo mercenários, deixarem aquele país.
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