Alguns investigadores das Universidades de Wisconsin e de Harvard concluíram que é possível identificar sinais verbais nas pessoas quando estas estão a mentir, avança a Time.

Cerca de 100 pessoas foram convidadas a participar de um jogo, feito por pares. Neste jogo, é dada ao sujeito ‘A’ uma quantia em dinheiro cujo valor é secreto. Depois, o sujeito ‘A’ tem que propor a divisão dessa soma a um sujeito ‘B’, que tem de aceitar ou recusar os valores propostos pelo primeiro.

Nesta dinâmica, o sujeito ‘A’ pode dizer a verdade ou fazer ‘bluff’ porque o sujeito ‘B’ não sabe o montante que o primeiro tem disponível.

A ideia era criar uma situação onde as pessoas possam mentir ou não, de forma natural. Os responsáveis pelo estudo puderam, através da observação das ‘negociações’, identificar sinais verbais de quem mentia:

1. Uso excessivo de palavras: “Tal como o nariz do Pinóquio, também o uso de palavras vai crescendo ao contar uma mentira”, explica uma investigadora. No entanto, há exceções. As pessoas que mentem por omitir fatos, ao invés de acrescentar fatos errados, tendem a usar poucas palavras.
2. Uso de linguagem profana: quando grande parte da nossa cognição está ocupada a inventar factos, outras áreas ficam sem supervisão, como a da linguagem profana. As pessoas que mentem têm tendência a dizer mais asneiras, ficando sem filtro, especialmente quando a pessoa a quem mentem dá sinais de não acreditar na mentira.
3. Uso da terceira pessoa: os mentirosos tendem a usar a terceira pessoa (‘ele’, ‘ela’, ‘eles’, ‘elas’) em detrimento da primeira (‘eu’, ‘me’, ‘a mim’). É uma forma de se distanciarem da mentira, relegando-a a outro individuo. Quem mente também usa uma estrutura frásica mais complexa.

A título de curiosidade, os investigadores divulgaram o rácio de pessoas que escolheram não mentir durante o exercício: 70% das pessoas disseram a verdade em relação ao dinheiro que haviam recebido.

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