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Governo angolano preocupado com aumento de homicídios com armas de fogo

Angola registou uma redução generalizada de crimes no país, mas aumentaram os casos de homicídio voluntário, muitos praticados com recurso a arma de fogo, alertou hoje o ministro do Interior, apelando ao envolvimento das autoridades e da população.

Governo angolano preocupado com aumento de homicídios com armas de fogo
Notícias ao Minuto

12:52 - 20/09/21 por Lusa

Mundo Angola

Eugénio Laborinho discursava na abertura do Conselho Consultivo alargado, durante a qual apresentou os dados sobre a segurança pública referente ao primeiro semestre de 2021.

De acordo com o ministro, nos primeiros seis meses do ano em curso foram participados e registados um total de 33.518 crimes de natureza diversa, menos 649 comparativamente ao mesmo período de 2020.

Do total de crimes, resultou a detenção de 22.694 cidadãos, menos 854 em comparação ao período anterior, uma redução que, considerou Eugénio Laborinho, reflete o aumento dos níveis operacionais e de prontidão das forças policiais, e um relativo acatamento das instruções policiais por parte dos cidadãos.

"Há que destacar algumas tipicidades criminais, designadamente os crimes contra o património, que representaram neste mapeamento geral 59% dos delitos cometidos, seguindo-se os crimes contra as pessoas, com 31%, e contra a ordem e tranquilidade públicas, com 10%", indicou.

Quanto aos crimes contra pessoas, foram participados 10.274 delitos, menos 2.099 crimes, correspondendo a um decréscimo de 20,4%, destacando-se as ofensas à integridade física, com 5.687 casos, menos 977, homicídios voluntários, com 984, um aumento de 120 comparativamente ao período homólogo de 2020, e agressões sexuais, com 882, menos 38 casos.

Dos crimes em referência, 2.936 foram praticados por pessoas próximas das vítimas, correspondendo a 29%, e 7.338 por marginais desconhecidos, representando 71%, do total de crimes contra pessoas.

"Neste particular, chamamos atenção ao controlo das famílias, porque parte dos crimes de agressão sexual foram cometidos por pessoas próximas das vítimas e em ambiente familiar, ações que são difíceis de serem prevenidas pelas forças da ordem, por terem sido consumadas em espaços privados, reservados aos membros de um agregado familiar", referiu Eugénio Laborinho.

O governante angolano apelou aos comandantes de polícia para que redobrem ações de prevenção, tendo em conta o aumento de casos de homicídio voluntário, "muitos deles praticados com recurso à arma de fogo".

Segundo Eugénio Laborinho, é preciso que as forças da ordem dialoguem mais com a população e as famílias, para se evitarem mais mortes.

"A população precisa colaborar mais com as autoridades, porquanto a segurança pública começa em casa, na escola, no serviço, nas igrejas e nos espaços de lazer. Não podemos ser cúmplices de pessoas que fazem mal aos outros. É preciso denunciar e fiscalizar as denúncias que fazemos, para combatermos o crime de forma conjunta", realçou.

Aproximando-se o fim do ano, Eugénio Laborinho chamou atenção aos cidadãos para não se movimentarem com avultadas somas de dinheiro, sem a escolta policial e a não guardar altas somas de dinheiro em casa ou nos escritórios, bem como a não se fazer acompanhar de dinheiro considerável nos automóveis ou em pastas, "para não atraírem os meliantes".

O ministro considerou importante envolver a comunidade nas ações de prevenção, realizar consultas à população sobre os problemas, prioridades e estratégias de prevenção de delitos, mobilizando a comunidade para autoproteção e resolução de problemas geradores de crimes, tais como o consumo excessivo de bebidas alcoólicas, de drogas, rixas entre os jovens e adolescentes, dentre outras condutas negativas.

"Por outro lado, devemos redobrar as ações de prevenção e combate à imigração ilegal, à exploração ilegal de diamantes, ouro e outros recursos naturais, ao tráfico de pessoas, ao contrabando de combustível e outras ações de natureza criminal que ocorrem, com maior frequência, nas zonas fronteiriças, causando enormes prejuízos à economia angolana", defendeu.

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