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Líder dos centristas marroquinos reclama vitória nas legislativas

O líder do partido União Nacional de Independentes (RNI, centro-direita), Aziz Mjanuch, afirmou hoje que a sua vitória nas eleições legislativas de Marrocos constitui "a expressão clara da vontade do povo para a mudança".

Líder dos centristas marroquinos reclama vitória nas legislativas
Notícias ao Minuto

14:41 - 09/09/21 por Lusa

Mundo Aziz Mjanuch

Em conferência de imprensa, Ajanuch agradeceu aos marroquinos a confiança depositada no seu partido, considerado próximo do palácio real, e sublinhou que o seu objetivo não consiste em "enfrentar qualquer corrente política", numa alusão velada aos islamitas do Partido Justiça e Desenvolvimento (PJD), que lideraram o Governo do país na última década e registaram uma pesada derrota após perderem 90% dos seus lugares no parlamento e passarem a ser a oitava força política.

O RNI foi o partido mais votado nas legislativas de quarta-feira, com 97 dos 395 lugares da câmara baixa (parlamento), um salto da quarta para a primeira posição, e após estarem escrutinados 96% dos votos.

Na segunda posição surge o liberal Partido Autenticidade e Modernidade (PAM), que obteve 82 lugares, à frente do nacionalista e histórico Partido Istiqlal (PI), com 78 deputados. O PJD ficou com 12 representantes, face aos 125 que obteve em 2016.

Com uma taxa de participação de 50,3% (8,7 milhões de eleitores), oito pontos percentuais mais que nas últimas eleições, os resultados do escrutínio anunciam o fim do domínio garantido desde a Primavera árabe de 2011 pelo partido islamita, devido ao desgaste da formação e as divisões internas, agravado por um novo sistema eleitoral que prejudica os grandes partidos.

Os números oficiais indicam que a participação mais elevada decorreu na disputada região do Saara ocidental, que oscilou entre os 58% e os 66%, enquanto na maior cidade e capital económica do país, Casablanca, se registou a mais baixa, com 41%.

O partido vencedor, integrado por notáveis, empresários e altos responsáveis da administração e liderado por Aziz Mjanuch, atual ministro da Agricultura e o segundo homem mais rico do país depois do rei, deverá agora garantir alianças para formar Governo, necessitando do apoio de 198 deputados que garantem maioria absoluta.

Os dirigentes do PDJ reagiram aos resultados para denunciarem uma suposta fraude eleitoral, alegando uma compra massiva de votos que já terão denunciado à justiça, com alguns dos seus responsáveis a admitirem que vão passar à oposição.

Na quarta-feira, e para além das legislativas, também decorrerem eleições regionais e locais, mas os resultados ainda não foram divulgados. prevê-se que o PJD seja derrotado nas cidades que governa: Rabat, Salé, Tanger, Kenitra, Meknés, Marraquexe e Agadir.

As eleições decorreram após uma reforma da lei eleitoral aprovada em março e que eliminou a barreira dos 3% de votos para garantir representação parlamentar, e ainda a forma como são repartidos os lugares, e que implicou uma perda de lugares para os maiores partidos.

Uma das surpresas das eleições foi a subida da União Socialista das Forças Populares (USFP, esquerda social-democrata), que agora possui 35 lugares (mais 15 face a 2016), e do ex-comunista Partido do Progresso e do Socialismo (PPS, socialista e secularista), que duplicou a presença no hemiciclo para 12 deputados.

Leia Também: Marrocos: Partido no poder desde 2011 perde para liberais do RNI

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