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Ex-ministro brasileiro negociou compra da Coronavac com intermediários

O ex-ministro da Saúde brasileiro Eduardo Pazuello negociou a compra de 30 milhões de doses da Coronavac com empresários intermediários, a preços quase três vezes maiores do que os obtidos pelo Instituto Butantan, que fabrica o imunizante no país.

Ex-ministro brasileiro negociou compra da Coronavac com intermediários
Notícias ao Minuto

18:23 - 16/07/21 por Lusa

Mundo Covid-19

A informação foi divulgada hoje pelo jornal Folha de São Paulo, que publicou um vídeo em que o ex-ministro aparece confirmando uma negociação que terá ocorrido em 11 de março com executivos que propuseram o imunizante contra a covid-19 ao Governo brasileiro.

"Já saímos daqui hoje com o memorando de entendimento já assinado e com o compromisso do ministério de celebrar, no mais curto prazo, o contrato para podermos receber essas 30 milhões de doses no mais curto prazo possível para atender à nossa população", disse Pazuello no vídeo.

Uma empresa chamada World Brands oferece 30 milhões de doses da CoronaVac na negociação com o Governo brasileiro pelo preço de 28 dólares (23,7 euros) por dose.

Cem milhões de doses do mesmo imunizante já havia sido comprado pelo Governo brasileiro junto ao Instituto Butantan, que testou a vacina e tem uma parceria com a Sinovac que lhe permite fabricar o medicamento no país, numa negociação de 10 dólares a dose (8,4 euros).

Contactada, a Sinovac, frisou que não autoriza empresas além do Instituto Butantan a negociar a sua vacina no Brasil.

A negociação contradiz o depoimento prestado por Pazuello à comissão parlamentar de inquérito (CPI) que investiga as ações e omissões do Governo brasileiro na pandemia.

Aos senadores que integram a CPI Pazuello afirmou que não participou de nenhuma negociação de vacinas contra a covid-19 porque não recebia empresários, alegando que as negociações eram feitas por funcionários do Ministério da Saúde.

A compra de vacinas contra a covid-19 no Brasil tem sido alvo da CPI da pandemia devido à lentidão para a assinatura de contratos com a Pfizer, o Butantan e a Janssen e indícios de irregularidades em negociações de alguns imunizantes envolvendo empresas intermediárias.

A suspeita dos membros da CPI é que funcionários do Ministério da Saúde brasileiro e políticos que dão apoio ao Governo no Congresso facilitaram negociações para compra de vacinas oferecidas por terceiros e não pelos laboratórios em troca de vantagens.

O Brasil é o país lusófono mais afetado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo ao contabilizar 538.942 vítimas mortais e mais de 19,2 milhões de casos confirmados de covid-19.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 4.070.508 mortos em todo o mundo, entre mais de 188,8 milhões de casos de infeção pelo novo coronavírus, segundo o balanço mais recente da agência France-Presse.

A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em países como o Reino Unido, Índia, África do Sul, Brasil e Peru.

Leia Também: Brasil regista mais de 52 mil novos casos e 1.548 óbitos em 24 horas

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