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Brexit. Reino Unido e União Europeia consumaram divórcio há meio ano

O Reino Unido deixou em definitivo a União Europeia há já meio ano, com o fim do período de transição em 31 de dezembro de 2020 e a entrada em vigor do novo acordo de parceria no dia seguinte.

Brexit. Reino Unido e União Europeia consumaram divórcio há meio ano
Notícias ao Minuto

08:56 - 30/06/21 por Lusa

Mundo Brexit

Decidido no referendo de 23 de junho de 2016, o 'Brexit' só se consumou efetivamente passados cerca de quatro anos e meio, pois o Reino Unido saiu da UE em 31 de janeiro de 2020, após uma ligação de 47 anos, mas até final do ano as partes continuaram a 'coabitar', num regime de transição durante o qual os britânicos mantiveram o acesso ao mercado único e continuaram sujeitos às regras europeias, enquanto Londres e Bruxelas negociavam a relação futura.

Esse período de transição expirava em 31 de dezembro e já muitos antecipavam um primeiro dia do ano -- e da presidência portuguesa do Conselho da UE - caótico, na ausência de um compromisso sobre a relação futura, mas na véspera de natal, 24 de dezembro, UE e Reino Unido chegaram enfim a um entendimento em torno do Acordo de Comércio e Cooperação, que começou a ser aplicado provisoriamente a partir de 01 de janeiro deste ano, data em que os britânicos romperam todos os laços de pertença ao bloco europeu.

Terminava assim uma relação de quase meio século, depois de uma longa 'maratona' desde a consulta popular promovida em 2016 pelo então primeiro-ministro David Cameron que ditou, por muita curta margem, o 'Brexit', e a 'novela' das negociações com Bruxelas, com muitos capítulos e volte-faces, entre os quais a queda da sucessora de Cameron, Theresa May, em 2019, face à incapacidade de fazer aprovar em Londres os sucessivos acordos de saída negociados e concluídos com a UE.

Foi já com Boris Johnson à frente do Governo britânico que o 'Brexit' acabaria mesmo por se consumar, com a adoção do acordo de saída e a entrada em vigor do novo acordo comercial e de cooperação, em vigor de forma definitiva desde 01 de maio.

O facto de os termos da separação e da relação futura terem ficado consagrados nos textos negociados ao longo de anos entre Londres e Bruxelas não significa uma total harmonia, sobretudo devido a alterações britânicas nos acordos comerciais na Irlanda do Norte, que a UE diz violarem os termos do Acordo de Saída do 'Brexit', o que levou mesmo Bruxelas a abrir um processo de infração ao Reino Unido e a acenar com outros procedimentos legais.

Outro episódio revelador de alguma tensão entre a UE a 27 e o Reino Unido foi o facto de as partes só em maio terem alcançado um acordo sobre o estatuto da delegação da União Europeia no Reino Unido, pondo fim a um diferendo que se arrastava desde janeiro, quando as autoridades britânicas decidiram não conceder o estatuto diplomático de pleno direito à primeira delegação da UE no Reino Unido, encabeçada pelo diplomata português João Vale de Almeida, que só no mês passado pôde assim apresentar as credenciais à Rainha.

E é num ambiente de alguma desconfiança que o bloco europeu lida com o seu 'ex', o Reino Unido, sobretudo face à aparente vontade de Boris Johnson de não respeitar integralmente os termos do 'divórcio', mas os 27 continuam a contar a apostar em boas relações com o seu "velho e amigo aliado", inquestionavelmente o país terceiro mais próximo da UE.

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