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Direita manifesta-se contra indultos a líderes independentistas catalães

Os maiores partidos da direita espanhola vão-se manifestar em Madrid no domingo contra a decisão esperada do Governo de esquerda de aprovar indultos a favor dos líderes independentistas catalães a cumprir penas de prisão.

Direita manifesta-se contra indultos a líderes independentistas catalães
Notícias ao Minuto

16:23 - 11/06/21 por Lusa

Mundo Espanha

A concentração que se realiza das 12:00 às 14:00 (menos uma hora em Lisboa) na praça de Colón (Colombo), no centro da capital espanhola, vai ter a presença dos líderes do Partido Popular (direita), Pablo Casado; Cidadãos (direita-liberal), Inês Arrimadas; e Vox (extrema-direita), Santiago Abascal.

Mesmo assim, os três vão evitar repetir a, muito criticada pela esquerda, "foto de Colón" de há dois anos, em que apareciam lado a lado numa concentração idêntica contra a política do Governo de Pedro Sánchez.

A concentração foi organizada por uma ex-militante socialista, Rosa Diez, que a partir de 2007 evoluiu para posições conservadoras.

A polícia espanhola preparou um dispositivo de segurança reforçado com receio de que o protesto seja de grande dimensão.

Os participantes vão ter de estar dentro da praça e não poderão ocupar a zona pedonal, invadir a via de circulação dos veículos ou dificultar o acesso às lojas da zona.

O Governo de esquerda e a oposição de direita estão em rota de colisão há já várias semanas sobre um provável indulto a conceder aos políticos catalães a cumprir penas de prisão na sequência da tentativa de independência de 2017.

O primeiro-ministro, Pedro Sánchez, pediu na quarta-feira à sociedade espanhola "confiança, compreensão e magnanimidade" para a possibilidade de serem concedidos perdões aos líderes pró-independência, porque acredita que "o objetivo vale a pena".

Num debate parlamentar sobre a questão, o líder da oposição, Pablo Casado, tinha anteriormente acusado Sánchez de "pôr em risco a continuidade da Espanha constitucional para se manter no poder", ao pretender conceder indultos a quem "atacou as leis" e "dinamitou a convivência" entre espanhóis.

A direita apoia-se num parecer não vinculativo do Supremo Tribunal espanhol, que condenou os líderes pró-independência em outubro de 2019, e agora manifestou-se contra "qualquer perdão parcial ou total".

A mais alta instituição judicial espanhola destacou, entre outras coisas, a falta de "provas ou indicações de arrependimento" por parte dos antigos dirigentes do governo regional ou líderes de organizações pró-independência da Catalunha.

Por seu lado o Governo liderado por Sánchez defende que o indulto é uma decisão meramente política que é da competência exclusiva do executivo.

Para Pedro Sánchez a possível decisão de indultar os políticos catalães presos será tomada pelo Governo "em consciência" e não a pensar nos efeitos negativos que possa ter, mas sim "nos milhões de catalães que querem viver em paz e que querem superar a lágrima emocional" que significou a tentativa falhada de independência de 2017.

O atual executivo minoritário de esquerda tem conseguido manter-se no poder, nomeadamente com a ajuda dos partidos independentistas catalães, assim como de formações separatistas ou nacionalistas do País Basco, e uma eventual decisão de conceder indultos é vista, principalmente pela direita, como a moeda de troca que garante a continuação desse apoio.

Os políticos catalães que organizaram um referendo ilegal sobre a autodeterminação da região foram julgados em 2019 e estão a cumprir penas que vão até um máximo de 13 anos de prisão, por crimes de sedição e/ou má gestão de fundos públicos.

Um grupo de independentistas está fugido no estrangeiro, não tendo ainda sido julgado, entre eles o ex-presidente do executivo catalão Carles Puigdemont, que está na Bélgica, e foi eleito deputado do Parlamento Europeu.

Leia Também: Sánchez minimiza custo político de indultos a catalães presos

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