Hong Kong: Parque Vitória vazio pela 1.ª vez em 32 anos. Veja as imagens
O Parque Vitória, em Hong Kong, palco tradicional utilizado para recordar a repressão na Praça Tiananmen (Praça da Paz Celestial), há 32 anos, está hoje vazio, depois de a polícia chinesa ter bloqueado o acesso ao local.
© Justin Chin/Bloomberg via Getty Images
Mundo Tiananmen
As forças policiais colocaram barreiras em redor do parque e alertaram para a proibição de qualquer concentração de pessoas, evitando, pela primeira vez, vigílias à luz de velas realizadas tradicionalmente às 20h00 locais (11h00 em Lisboa) para assinalar a sangrenta repressão ocorrida a 4 de junho de 1989, em Pequim.
Qualquer iniciativa para assinalar a data é proibida na China, embora, no passado, tenha sido "tolerada" na região semiautónoma de Hong Kong.
No entanto, depois de Pequim assumir em 2020 o controlo a antiga colónia britânica, terminaram todas as formas de oposição e a vigília à luz de velas ficou proibida.
Mas com a virada de Pequim contra todas as formas de oposição na ex-colónia britânica, a vigília à luz de velas foi totalmente proibida este ano.
A polícia chinesa montou três cordões em redor do parque e bloqueou o acesso, parando e revistando todos os que se aproximassem, ao mesmo tempo que, utilizando altifalantes, pediam às pessoas das ruas adjacentes para não se deslocarem para o local.
Face à impossibilidade de se reunirem no Parque Vitória, vários residentes de Hong Kong encontraram outras maneiras de marcar o aniversário.
Segundo a agência noticiosa France-Presse (AFP), por toda a cidade, à hora prevista para a vigília, veem-se pequenas luzes nas ruas e nas janelas, quer de velas quer das lanternas de telemóvel.
Outras pessoas participaram em serviços religiosos em diferentes igrejas, que tinham anunciado que estavam a abrir as portas para assinalar a data.
"Não sou católica e normalmente não venho à igreja, mas queria estar lá nesta ocasião, acho importante comemorar este acontecimento", explicou à AFP uma jovem que se apresentou simplesmente como Beth.
Quarta-feira, uma das líderes do movimento pró-democracia de Hong Kong foi detida, por razões de ordem pública.
A advogada, de 37 anos, é um dos vice-presidentes da Aliança de Hong Kong, que organizava todos os anos a vigília.
Esta semana, as autoridades de Hong Kong encerraram o museu dedicado a Tiananmen e a polícia prometeu mobilizar sete mil agentes nas ruas para impedir qualquer concentração ilegal para assinalar a data.
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