Lituânia espera que medidas contra Minsk pressionem Lukashenko
O Presidente da Lituânia, Gitanas Nauseda, afirmou hoje esperar que as medidas da União Europeia (UE) contra o regime da Bielorrússia "pressionem" o chefe de Estado do país, Alexander Lukashenko, a perceber que as suas ações terão consequências.
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Mundo UE/Cimeira
"[As medidas] não irão provavelmente impedir Lukashenko de fazer o que tem feito, mas será pressionado a perceber quais são as consequências das suas ações. Agora, todos os países da UE percebem provavelmente muito melhor o que nós sentimos ao sermos vizinhos diretos do regime bielorrusso", sublinhou Nauseda.
O Presidente lituano falava à entrada para o segundo dia da cimeira extraordinária europeia, em que, na segunda-feira, os chefes de Estado e de Governo da UE decidiram solicitar às companhias europeias para evitarem o espaço aéreo bielorrusso, banir as transportadoras da Bielorrússia na Europa, e introduzir mais sanções contra o regime de Lukashenko.
As medidas europeias surgem após, no domingo, Alexander Lukashenko ter ordenado o desvio de um voo da companhia aérea irlandesa Ryanair, que viajava de Atenas para Vílnius, fazendo-o aterrar no aeroporto de Minsk, culminando na detenção do jornalista bielorrusso Roman Protasevich, que se encontrava no avião.
Qualificando as medidas tomadas na segunda-feira pelos líderes europeus como "decisões importantes", Gitanas Nauseda abordou também a central nuclear bielorrussa de Astravec, que afirmou encontrar-se a 40 quilómetros de Vílnius (capital da Lituânia).
"Depois destes incidentes recentes, temos de reconsiderar a nossa postura e atitude no que se refere à central nuclear de Astravec, porque pode ser utilizada como um instrumento de chantagem e isso constitui uma verdadeira ameaça para a segurança, não só da Lituânia, mas também de toda a região", apontou o Presidente lituano.
O voo 4978 Atenas-Vilnius da Ryanair foi forçado a aterrar na capital da Bielorrússia, Minsk, no domingo por ordem das autoridades desse país, com o argumento de que estava a ser alvo de uma ameaça de bomba.
A aeronave, escoltada por um caça Mig-29, pousou no aeroporto de Minsk, onde Roman Protasevich, jornalista e ex-editor do canal de redes sociais Nexta Live, e a sua namorada, a russa Sofia Sapega, de 23 anos, estudante da Universidade Europeia de Vílnius, foram detidos sob acusação de atividades "extremistas" contra o regime de Lukashenko e obrigados a sair do avião.
O Nexta Live desempenhou um papel importante na coordenação dos protestos em massa que se seguiram à polémica eleição presidencial na Bielorrússia, no ano passado, e publicou recentemente um documentário acerca da fortuna pessoal de Lukashenko.
Segundo o opositor bielorrusso Pavel Latushka, além de Protasevich e da namorada, outros quatro passageiros de nacionalidade russa saíram do avião, que depois aterrou em Vilnius com mais de oito horas de atraso na rota planeada.
Perante o incidente, os líderes da UE decidiram, na noite de segunda-feira e de forma unânime, "pedir ao Conselho para adotar as medidas necessárias para banir a entrada no espaço aéreo europeu de companhias aéreas da Bielorrússia e impedir o acesso dessas transportadoras aos aeroportos da UE", segundo a informação divulgada à imprensa.
Decidiram, também, "pedir às companhias aéreas sediadas na UE para evitarem sobrevoar a Bielorrússia" e ainda solicitar "ao Conselho para adotar novas sanções económicas específicas".
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