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Clima. EUA e Argentina querem cimeira com países da América do Sul

O Presidente argentino, Alberto Fernández, revelou que conversou com o enviado especial dos EUA para alterações climáticas, John Kerry, sobre uma eventual Cimeira em que seja discutida a troca de dívida por envolvimento na questão ambiental.

Clima. EUA e Argentina querem cimeira com países da América do Sul
Notícias ao Minuto

00:58 - 15/05/21 por Lusa

Mundo Alterações Climáticas

"Conversamos sobre a organização de um encontro entre Estados Unidos e os países da América do Sul para vermos como afrontar em conjunto a questão de alterações climáticas. Eu me ofereci a organizar e a promover um encontro da região com os Estados Unidos", disse Alberto Fernández aos jornalistas argentinos ao sair da reunião com John Kerry no hotel Regina de Roma.

O Presidente argentino contou que, durante a reunião, expôs a John Kerry uma fórmula para comprometer o envolvimento dos países sul-americanos na questão ambiental.

"Expus que deveríamos pensar formas de financiamento para os países que abordarem as alterações climáticas. Isso poderia envolver países devedores aos que os Estados Unidos, em vez de darem recursos financeiros, poderiam reduzir as suas dívidas", explicou Alberto Fernández, acrescentando que o enviado dos Estados Unidos aceitou avançar com a ideia.

"Kerry disse-me que está disposto a discutir sobre essa ideia", contou.

A reunião entre o Presidente argentino e o enviado especial do Governo de Joe Biden durou uma hora e aconteceu à margem da conferência "Dreaming of a Better Restart" (Sonhando com um melhor recomeço), organizada pela Pontifícia Academia das Ciências do Vaticano.

Uma Cimeira entre a América do Sul e os Estados Unidos seria também uma forma de envolver o Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, no compromisso de proteção ao meio-ambiente.

John Kerry também deu a sua versão sobre a reunião com Alberto Fernández, sublinhando esse aspeto geopolítico sobre o Brasil.

"Tivemos uma excelente reunião. O Presidente [Alberto Fernández] está muito interessado em ajudar os países da América Latina e a sua liderança no assunto climático é bem-vinda. A chave para as alterações climáticas é que todos os países trabalhem coordenadamente em cooperação. Tivemos uma boa conversa com a Argentina sobre isso", indicou John Kerry, destacando a sua preocupação com a Amazónia brasileira.

"Esperamos poder trabalhar com Bolsonaro para progredirmos. Tivemos várias conversas com o ministro do Meio-Ambiente (Ricardo Salles). Estamos a trabalhar em equipa e esperamos progredir", disse o ex-secretário de Estado, John Kerry.

A questão climática é uma janela de oportunidade que a Argentina encontrou para se tornar referência na América do Sul, aproveitando o vácuo deixado pelo do Governo brasileiro. Através da questão ambiental, Alberto Fernández procura tornar-se o interlocutor regional com os líderes mundiais.

A Argentina procura aprofundar o seu diálogo com Washington no contexto da sua necessidade de um acordo financeiro com o Fundo Monetário Internacional. Os Estados Unidos são o principal sócio do FMI e único país com poder de veto sobre acordos.

Horas antes de reunir-se com John Kerry, o Presidente argentino procurou avançar com essas negociações ao reunir-se, em Roma, com a diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva.

Da conferência no Vaticano, participaram, além de Kristalina Georgieva e de John Kerry, a secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, e o prêmio Nobel de Economia, Joseph Stiglitz. Todos são palestrantes no painel "Solidariedade financeira e fiscal" que tratou de uma arquitetura financeira internacional para aliviar a dívida dos países emergentes.

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