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Tudo em aberto para a segunda volta das presidenciais no Equador

O Equador realiza no domingo a segunda volta das eleições presidenciais e os mais 13 milhões de votantes inscritos podem escolher entre o candidato socialista Andrés Arauz Galarza e o conservador Guillermo Lasso, num cenário que se prevê incerto.

Tudo em aberto para a segunda volta das presidenciais no Equador
Notícias ao Minuto

09:07 - 10/04/21 por Lusa

Mundo Equador

O economista Andrés Arauz Galarza, de 36 anos, ficou em primeiro lugar na primeira volta do sufrágio, com 32,72% dos votos, contra 19,74% do ex-banqueiro de direita Guillermo Lasso, de 65 anos, e 19,39% do líder indígena de esquerda Yaku Perez, de 51 anos, segundo os resultados oficiais do escrutínio de 07 de fevereiro.

Nas eleições gerais de 07 de fevereiro, um total de 16 candidatos participaram na primeira volta das eleições presidenciais e os peruanos também escolheram 137 representantes para a Assembleia Nacional peruana.

Andrés Arauz Galarza, que concorre pela coligação União pela Esperança (UNES, esquerda), é considerado "afilhado" político do ex-Presidente Rafael Correa, o qual detém ainda uma força política poderosa, apesar de a sua condenação à revelia a oito anos de prisão por corrupção, confirmada em setembro de 2020 por um tribunal.

Rafael Correa, que foi aliado próximo do ex-Presidente venezuelano Hugo Chávez, está atualmente exilado na Bélgica.

Andrés Arauz Galarza propôs fazer os ricos pagarem mais impostos e fortalecer os mecanismos de proteção ao consumidor, bancos públicos e organizações locais de crédito e poupança.

O candidato disse que não cumprirá os acordos estabelecidos com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

O banqueiro Guillermo Lasso, do movimento CREO (Criando Oportunidades, que abriga partidos de centro-direita) defende políticas de livre mercado e a aproximação do Equador às organizações internacionais.

Lasso prometeu criar mais empregos e atrair bancos internacionais, assim como impulsionar os setores do petróleo, mineração e energia com a participação de entidades privadas em substituição do financiamento estatal.

Existe um cenário incerto sobre o resultado final desta segunda volta presidencial no Equador, que será definido por cerca de 35% dos eleitores indecisos ou que prometem votar em branco ou anular o voto.

Várias pesquisas de opinião de voto dão a Arauz uma vantagem de dez pontos. Uma sondagem do Instituto Cedatos, atribui-lhe 48% contra 52% a Lasso. Entretanto, uma pesquisa mais recente, realizada pela empresa Market, indicou que há um "empate técnico" com 70 mil votos de diferença, 50% para o candidato da UNES contra 49% para o ex-banqueiro.

O país de 17,4 milhões de habitantes, na costa oeste da América do Sul, já experimentava uma desaceleração económica em grande parte impulsionada pela queda nos preços do petróleo em 2015 e a crise de saúde causada pela doença covid-19 abalou profundamente a economia do país, que já vivia uma grande contestação social com protestos dos indígenas, nomeadamente em 2019.

A pandemia de covid-19 paralisou 70% das empresas no ano passado e deixou um rasto de 600.000 desempregados, elevando a taxa de desemprego para quase 68%.

O novo Presidente terá de lidar com uma economia que contraiu entre 10% e 12%, uma dívida que equivale a cerca de 60% do produto interno bruto (PIB) e uma taxa de pobreza em torno de 35%.

Contra todas as probabilidades, as autoridades chegaram a um acordo bem-sucedido em agosto para reestruturar 17,4 mil milhões de dólares (cerca de 14,5 mil milhões de euros) da dívida externa do país, após obter um programa financeiro com o FMI de 6,5 mil milhões de dólares.

O Governo também anunciou que vai investir cerca de 200 milhões de dólares na aquisição de vacinas contra a covid-19, que serão enviadas até setembro ou outubro, para imunizar cerca de nove milhões de habitantes, 60% da população.

O país já registou cerca de 340.000 casos e mais de 17 mil mortes devido à covid-19, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Leia Também: Bolívia, Equador e Peru mantêm eleições para domingo, Chile vai adiá-las

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