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Chefes de governo da Itália e Grécia visitam Libia para dar apoio

Os primeiros-ministros italiano e grego visitam hoje a Líbia para expressar apoio ao novo Governo de unidade nacional, que deverá liderar até às eleições de dezembro e estimular o investimento e a recuperação do país.

Chefes de governo da Itália e Grécia visitam Libia para dar apoio
Notícias ao Minuto

16:44 - 06/04/21 por Lusa

Mundo Líbia

Mário Draghi já desembarcou na capital líbia, um dia antes do previsto, tendo-se encontrado com o seu homólogo, Abdul Hamid Al Dbaibah, empresário da construção que se tornou milionário durante a ditadura de Muammar Kadhafi e que foi nomeado, em fevereiro passado, pelo chamado Fórum de Diálogo Político para a Líbia, um órgão não eleito criado 'ad hoc' pela ONU.

Ao chegar a Tripoli, o chefe do Governo italiano anunciou a intenção da Itália de intensificar as relações política e comercial bilaterais com medidas concretas, como o reforço da embaixada na capital e a reabertura de voos diretos.

Draghi também anunciou o compromisso comum de melhorar e tornar mais eficaz a coordenação do combate à imigração irregular na rota do Mediterrâneo Central que, na sua última etapa, liga as praias da Líbia e Tunísia às costas de Malta e Itália, e que é considerada uma das mais mortíferas do mundo.

"Estamos diante de uma oportunidade única de reconstruir uma velha amizade. Esperamos reabrir o espaço aéreo entre a Líbia e a Itália, ativar o acordo alfandegário e resolver todas as questões relacionadas com os investimentos líbios na Itália", antiga potência colonial daquele país, afirmou Draghi.

"A segurança é um requisito essencial para uma cooperação futura", acrescentou o político, que, como outros parceiros europeus, destacou a necessidade de manter o cessar-fogo negociado e acelerar a saída dos milhares de mercenários estrangeiros que chegaram ao país, a maioria através da Turquia e Rússia, os dois países mais influentes da Líbia.

Em linha com este argumento, o primeiro-ministro italiano sublinhou ter falado com o seu homólogo líbio sobre o desenvolvimento de projetos que ajudem esta estabilidade, em setores como a reconstrução de "infraestruturas civis, energia e saúde", o que contribuirá para travar a partida de embarcações precárias com migrantes rumo à Europa.

"Temos um desafio comum, a imigração ilegal", disse, por seu lado, Al Dbaibah, que elogiou a ação da Guarda Costeira da Líbia, um polémico organismo formado e financiado pela Europa, em particular pela própria Itália.

Também o chefe do Governo grego, Kyriakos Mitsotaki, irá chegar hoje a Tripoli, onde deverá anunciar a reabertura da embaixada e, tal como Draghi, explorar com o seu homólogo líbio oportunidades de negócios para empresas do seu país.

Segundo o embaixador espanhol na Líbia, o novo Governo provisório da Líbia estima o custo da reconstrução do país em cerca de 450 mil milhões de dólares (cerca de 380 mil milhões de euros) e considera que o investimento é uma oportunidade para multinacionais e empresas estrangeiras de todo o mundo.

Mitsotaki vai pedir ao novo executivo líbio a anulação do acordo sobre a delimitação de águas territoriais assinado há dois anos com Ancara e que afeta a exploração de uma grande bolsa de gás perto de Chipre.

A Grécia, que também exige a saída de mercenários estrangeiros e observa com preocupação a grande influência que a Turquia tem no novo Governo líbio, acredita que este acordo viola o direito internacional.

A Líbia está a tentar acabar com uma década de conflito, que começou com a queda de Muammar Kadhafi, em 2011, marcado por muita violência e pela presença de potências rivais, milícias, combatentes estrangeiros e grupos 'jihadistas'.

O novo executivo nasceu de um processo lançado em novembro pela ONU e confirmado em março com um voto de confiança do parlamento.

O país enfrenta desafios colossais, após 42 anos de ditadura e uma década de violência e intervenção militar internacional, lançada em março de 2011 sob a égide da NATO e concluída em outubro do mesmo ano com a morte de Khadafi.

Apesar do fim dos combates, no verão de 2020, seguido de um acordo de cessar-fogo em outubro, o país continua minado por lutas de influência, milícias e mercenários estrangeiros.

Leia Também: ONU saúda criação de Comissão de Reconciliação Nacional na Líbia

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